IMPACTO DO CLIMA

NASA inova com robôs para exploração subaquática na Antártica

O principal objetivo é entender melhor a rapidez com que o gelo está derretendo e prever os possíveis impactos na elevação do nível do mar

NASA inova com robôs para exploração subaquática na Antártica
Esses avanços tecnológicos permitem uma exploração mais profunda e detalhada das áreas mais inacessíveis da Terra – Créditos: depositphotos.com / Denis Burdin

Uma equipe especializada de cientistas da NASA está desenvolvendo robôs subaquáticos autônomos de última geração. Estes robôs têm a missão de explorar ambientes inóspitos das profundezas das plataformas de gelo na Antártica. O principal objetivo é entender melhor a rapidez com que o gelo está derretendo e prever os possíveis impactos na elevação do nível do mar.

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Em março de 2023, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA deu um passo significativo ao lançar o projeto “IceNode”. O primeiro experimento ocorreu nas águas geladas do Mar de Beaufort, no norte do Alasca, onde um robô cilíndrico foi submerso para coletar dados a 30 metros de profundidade. Esse projeto ambicioso pretende lançar uma frota desses robôs na Antártica para monitorar as condições climáticas a longo prazo.

Qual é a velocidade do derretimento do gelo antártico?

O estudo da Antártica é crucial devido às suas implicações globais. Descobertas recentes indicam que o gelo na região pode estar derretendo mais rapidamente do que o previsto, o que significa que as projeções atuais sobre a elevação do nível do mar podem ser subestimadas. Se todo o gelo antártico derretesse, o nível do mar poderia subir impressionantes 60 metros, levando a consequências catastróficas para comunidades costeiras em todo o mundo.

Particularmente, os cientistas estão focados nas plataformas de gelo que flutuam no oceano e atuam como proteções naturais, impedindo que as geleiras deslizem rapidamente para o mar. A “linha de aterramento”, onde o gelo se ergue do leito marinho e se torna uma plataforma de gelo, é o ponto de maior preocupação. Este é o local onde o derretimento acelerado pode ocorrer devido à água oceânica quente corroendo o gelo por baixo.

Como são os robôs IceNode?

Superar as barreiras tecnológicas e logísticas para estudar essas áreas remotas tem sido um desafio. Ian Fenty, cientista climático do JPL e líder do IceNode, destacou que a equipe passou anos desenvolvendo uma estratégia adequada. Os robôs IceNode são a concretização dessa estratégia.

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O plano é lançar cerca de 10 robôs, cada um com 2,4 metros de comprimento e 25 centímetros de diâmetro. Esses robôs não possuem propulsão própria e serão movidos pelas correntes oceânicas, utilizando um software específico para orientação. Ao alcançar os destinos antárticos, eles ativarão um “trem de pouso” composto por três pernas que se prenderão ao gelo.

O que os robôs IceNode vão monitorar?

Uma vez fixados no gelo, os robôs coletarão dados importantes. Eles medirão a taxa de derretimento do gelo causada pela água oceânica mais quente e a velocidade que a água do derretimento afunda. Projetados para operar até um ano, esses robôs conseguirão capturar dados abrangentes durante diferentes estações.

  • Medem a interação do gelo com a água oceânica quente.
  • Capturam dados durante várias estações do ano.
  • Transmitirão informações via satélite ao fim da missão.

Após completarem suas missões, os robôs se desprenderão do gelo, emergirão à superfície e transmitirão os dados coletados por satélite. Esses dados serão utilizados para melhorar os modelos climáticos e a precisão das previsões sobre o aumento do nível do mar.

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Quais os benefícios dos robôs IceNode?

Os robôs IceNode representam uma evolução significativa na pesquisa antártica. Entretanto, diferentemente de robôs anteriores como o Icefin, que necessitavam de propulsão própria e transmissão de dados em tempo real, os IceNode operam de forma autônoma por períodos prolongados, possibilitando uma coleta de dados mais contínua e completa.

Esses avanços tecnológicos permitem uma exploração mais profunda e detalhada das áreas mais inacessíveis da Terra. Rob Larter, geofísico marinho do British Antarctic Survey, ressalta a importância dessas abordagens inovadoras. Ele acredita que esses métodos são cruciais para expandir nosso conhecimento sobre os processos subaquáticos que afetam o derretimento do gelo na Antártica.

Em última instância, a implantação dos robôs IceNode irá aprimorar significativamente nossa compreensão das mudanças climáticas e das possíveis elevações do nível do mar, ajudando a preparar e proteger comunidades ao redor do globo.

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