Viagem no Réveillon

Com alta de 124%, passagem aérea sobe no Ano-Novo

Preços foram impulsionados principalmente pela alta do querosene de aviação, o que deve continuar sendo tendência para os próximos meses.

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Preços foram impulsionados principalmente pela alta do querosene de aviação (crédito: Drew Angerer/Getty Images)

Quem quiser viajar durante o réveillon deste ano vai pagar mais caro. Isso porque, uma pesquisa divulgada pela plataforma Voopter, mostra que em comparação o ano passado, as dez rotas mais buscadas por brasileiros para as festas de fim de ano, estão até 124% mais caras.

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Os preços foram impulsionados principalmente pela alta do querosene de aviação, o que deve continuar sendo tendência para os próximos meses. O insumo responde por cerca de 40% dos custos das empresas aéreas.

O maior aumento é entre o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e Recife (PE), com 124,7%. De acordo com o levantamento, o preço médio da viagem de ida e volta é de R$ 5.855,13.  No ano passado, o valor médio dos voos  para o mesmo trecho ficava em R$ 2.605,38.

Considerando os valores médios das passagens mais buscadas para janeiro, a viagem de ida e volta entre Salvador (BA) e Guarulhos foi a que mais subiu, passando de R$ 970,10, no começo de 2022, para R$ 2.132,10 em janeiro de 2023.

A única viagem  que caiu foi entre o aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro, e Fortaleza com uma queda de 3% no preço.

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A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse, em nota, que o preço das passagens acompanham a volatilidade nas cotações do barril de petróleo e do dólar.

Estabilização na cotação do petróleo

Recentemente, o Brasil registrou leve estabilização na cotação do petróleo, o que refletiu nas passagens aéreas começaram a ter uma leve variação negativa.

Em novembro, houve queda de 9,8%. Janeiro, fevereiro, março e agosto também registraram recuos — o que, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), “comprova a volatilidade dos custos estruturais da aviação e, consequentemente, do preço das passagens”.

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Outro fator que pressionou o preço durante todo o ano foi o dólar. O setor aéreo tem 60% de seus custos na moeda americana que durante 2022 geralmente esteve acima de R$ 5.

Para o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo, a tendência é de que realmente as passagens continuem altas nos próximos meses.

“Os resultados apresentados pelas companhias no terceiro trimestre mostram que o preço das passagens está no nível necessário para que elas não queimem caixa, mas não está remunerando o capital nem alcançou um patamar suficiente para pagar as dívidas.”

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Para o especialista, diante desse cenário, as companhias não têm ampliado de forma significativa a oferta de voos, numa estratégia de manter as passagens mais disputadas e, portanto, os preços mais elevados.

Outro ponto apontado por Catellini, é que se a alta do preço das passagens estivesse resultando em maiores lucros para as empresas, suas ações valeriam mais. Atualmente, o papel da Gol custa 14% do preço pré-pandemia; o da Azul, 16%; e o da Latam, companhia que recém saiu de um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, 7%.

 

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