Nesta quinta-feira (20), o dólar começou a operar em alta, após repercussão das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) e em movimento de acompanhamento do mercado internacional.
Na tarde de quarta-feira (19), o Copom, do Banco Central (BC), tomou a decisão de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Este ponto de inflexão na política econômica vem acompanhado de oscilações significativas no mercado de ações.
O Ibovespa, principal índice do setor, após os anúncios, apresentou comportamento instável, ora em alta, ora em baixa, refletindo a complexidade dos fatores que afetam o mercado financeiro atual.
A decisão de manter a taxa Selic, embora prevista por muitos analistas, trouxe à tona opiniões divergentes sobre seu impacto econômico. O presidente Lula, por sua vez, criticou a medida. “Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação”, afirmou em entrevista à Rádio Verdinha.
O fato de a decisão ter sido unânime entre os membros do Copom sinaliza uma forte concordância interna quanto ao rumo que os juros básicos devem seguir no curto prazo.
Em meio às debates sobre juros, o Ibovespa vem navegando em águas turbulentas. O indicador, que é um termômetro da confiança dos investidores na economia do país, teve uma leve alta de 0,15%, alcançando 120.432 pontos, um dia após fechar em alta de 0,53%.
Impactos das declarações políticas na cotação do dólar
Além das taxas de juros, declarações políticas têm forte influência no mercado. Recentemente, críticas do presidente Lula à manutenção da Selic impactaram o valor do dólar, que já estava em um ritmo de alta. Após as falas, a moeda norte-americana registrou variação positiva, acumulando alta de 1,11% na semana.
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- Variação semanal do dólar: +1,11%
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- Variação mensal do dólar: +3,67%
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- Variação anual do dólar: +12,14%
Expectativas futuras para a economia brasileira e mundial
Olhando para o futuro, permanece a incerteza sobre a economia brasileira. Entre os analistas, há quem acredite em possíveis cortes na taxa de juros nos Estados Unidos no final de 2024, o que poderia ter reflexos por aqui. A expectativa era para que este processo fosse iniciado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no início do ano, mas até agora não houve movimentações neste sentido.
Além disso, continua a preocupação com a situação fiscal do Brasil, especialmente por conta dos altos níveis de renúncias fiscais que comprometem o orçamento. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, afirmaram que este fator preocupa o presidente Lula no momento. “São duas grandes preocupações: o crescimento dos gastos da Previdência e da renúncia tributária. E o aumento dos gastos da Previdência está relacionado também ao aumento das renúncias tributárias”, afirmou Tebet em entrevista aos jornalistas após reunião com o líder brasileiro.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
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