O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a taxa Selic e afirmou que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos. Segundo ele, essa prática econômica “não combina com a necessidade de crescimento” do Brasil. A fala foi durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, valor em vigor desde agosto de 2022. Lula atacou a decisão e disse ser “uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”.
Na fala, ele se refere à ata da reunião do Copom que traz como justificativa da decisão a incerteza do novo governo. “A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”.
Lula defendeu que os empresários aprendam a “reivindicar” e “reclamar de juros altos” porque, segundo o presidente, porque quando o Banco Central ainda estava sujeito às decisões políticas durante seu governo “todo mundo reclamava, o único dia que a Fiesp falava era o dia que aumentavam os juros”.
O chefe do executivo já havia criticado recentemente a independência do Banco central, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O intuito é garantir que a diretoria não possa ser demitida pelo eventual aumento na taxa de juros e seja blindada de pressões políticas com uma atuação mais técnica. Na ocasião, Lula disse que se tratava de uma “bobagem”.
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