Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda que implementou o teto de gastos, criticou Lula por chamar medida de “estupidez”.
Meirelles demonstrou preocupação com o discurso de posse do presidente que criticou o teto de gastos ao falar sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS é, provavelmente, a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso, foi a mais perseguida desde então e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada teto de gastos, que haveremos de revogar”, declarou Lula.
Em entrevista ao canal CNN Brasil, Meirelles rebateu as declarações. “Ele tem declarado e tomado algumas medidas no sentido de seguir uma política econômica em que o aumento dos gastos públicos e a intervenção nas estatais é que vai impulsionar o crescimento. A experiência mostra que não é o que tem acontecido”, disse.
Meirelles assumiu a pasta durante o governo de Michel Temer (2016-2018), após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, cuja gestão relembrou durante a fala. “Isso foi feito no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e o que aconteceu foi um aumento da dívida pública, do déficit e uma queda da confiança e dos investimentos. Em consequência disso, nós entramos em uma recessão”.
Henrique Meirelles também afirmou que a forma de gerar empregos é outra, com base no “investimento privado e aumento da confiança”. Além disso ainda reforçou: “Se o presidente Lula acredita que expandir as contas públicas é o que vai gerar crescimento e que aumentar a dívida pública não tem problema, é evidente que o teto de gastos só atrapalha”.
Ainda assim, oferece como solução o aumento das “despesas necessárias e cortar outras despesas desnecessárias, como uma série de companhias que perderam a finalidade ou benefícios tributários que já não se justificam mais.”
Meirelles afirmou que a mentalidade sobre a ideia de mercado deve mudar. Segundo ele, não se trata apenas de grandes corporações financeiras mas também dos pequenos negócios. “O padeiro lá da cidade do interior de Pernambuco também é mercado. Se ele acredita que a economia vai crescer, ele compra um forno novo e contrata funcionários”, explicou.
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