Conturbada relação entre EUA, Israel e Irã é dissecada em documentário

A produção mostra a origem e os desdobramentos de confrontos que se estendem até hoje

Conturbada relação entre EUA, Israel e Irã é dissecada em documentário
O líder iraniano Aiatolá Khomeini (Crédito: Divulgação/Curta!On)

O documentário “Israel/Irã/EUA, A Longa Guerra” da ARTE France, que retrata a conturbada relação entre esses países, estreia no dia 09 de julho no Brasil, no Curta!On, plataforma de streaming do Curta!, no NOW e na internet.

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Fevereiro de 1979, Ruhollah Musavi Khomeini – que ficaria conhecido como Aiatolá Khomeini – volta de seu exílio na França para sua terra natal: o Irã. Lá, ele lidera milhões de manifestantes na destituição da monarquia do Xá Reza Pahlavi, no poder há 37 anos. Assim se consolidou a Revolução Islâmica, mudando para sempre a história do Oriente Médio e os rumos das relações entre o Irã e dois antigos aliados: Israel e Estados Unidos. Esse processo e seus desdobramentos são a narrativa da produção.

Em um contexto de Guerra Fria, em 1978, o Irã era um território estratégico para os Estados Unidos na disputa pela hegemonia mundial. Enquanto era governado pelo Xá, o país se abria à influência norte-americana e se “ocidentalizava”. Embora as elites se beneficiassem dessa relação, a oposição vinha se massificando, e reunindo pessoas de origens e vertentes filosóficas diversas em protestos contra o imperialismo do ocidente. A repressão era violenta, mas não pôde interromper a revolução em curso.

Ao tomar o poder com amplo apoio popular, Khomeini instalou uma teocracia islâmica. Ainda nos primórdios desse novo governo, sinalizou seu posicionamento geopolítico ao convidar o líder palestino Yasser Arafat ao país. A partir de então, o Irã se tornou um aliado da Palestina contra Israel e os Estados Unidos, embaralhando completamente as peças antes dispostas no tabuleiro do Oriente Médio.   

Os numerosos conflitos que se deram nos próximos anos envolveram mais países – como o Líbano, a Síria e o Iraque –, fortaleceram grupos paramilitares, como o Hezbollah, e iniciaram uma série de ações terroristas. O sonhado governo dos aiatolás – líder que se encontra no mais alto posto da sua organização religiosa – por sua vez, acabou por isolar o Irã em um mundo cada vez mais globalizado, enquanto Estados Unidos e Israel se consolidam como grandes potências no pós-Guerra Fria. A partir dos anos 1990, foram muitas as tentativas de solucionar os impasses no Oriente Médio através de acordos diplomáticos selados, mas não cumpridos. Prevalece, ainda hoje, a ausência de diálogo e o ódio acumulado em tantos anos de confronto.

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