arte e tecnologia

Entenda a polêmica das imagens em ‘estilo Ghibli’ geradas por IA

O Studio Ghibli, famoso por suas animações detalhadas e desenhadas à mão, tornou-se um dos estilos mais imitados nas redes sociais
O Studio Ghibli, famoso por suas animações detalhadas e desenhadas à mão, tornou-se um dos estilos mais imitados nas redes sociais – Crédito: Reprodução

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem se destacado em diversas áreas, incluindo a criação artística. A recente atualização do GPT-4o pela OpenAI trouxe avanços significativos, permitindo a geração de imagens e vídeos que imitam estilos de animação populares, como os do renomado Studio Ghibli. Essa capacidade de replicar estilos artísticos levantou tanto entusiasmo quanto preocupações, especialmente no que diz respeito aos direitos autorais.

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O Studio Ghibli, famoso por suas animações detalhadas e desenhadas à mão, tornou-se um dos estilos mais imitados nas redes sociais. Usuários do ChatGPT começaram a recriar cenas icônicas da cultura pop e política no estilo do estúdio japonês, gerando uma onda de interesse e debates sobre a autenticidade e a originalidade na arte gerada por IA.

Como a IA está transformando a criação artística?

A capacidade da IA de gerar imagens que imitam estilos artísticos complexos representa um avanço tecnológico significativo. O GPT-4o, por exemplo, foi treinado em uma ampla variedade de estilos de imagem, permitindo que os usuários criem conteúdo visual que antes exigiria habilidades artísticas avançadas. Essa democratização da criação artística oferece novas oportunidades para criadores de conteúdo, mas também levanta questões sobre a propriedade intelectual.

Os algoritmos de IA são capazes de aprender e replicar estilos artísticos a partir de grandes volumes de dados, o que inclui obras protegidas por direitos autorais. Isso gera um dilema: até que ponto a IA pode usar essas obras como referência sem infringir direitos autorais? Essa questão é central no debate sobre o uso ético da IA na arte.

Quais são as implicações legais e éticas da arte gerada por IA?

O uso de IA na criação artística traz à tona questões legais complexas. Quando uma obra é gerada por IA, quem detém os direitos autorais? O criador do algoritmo, o usuário que forneceu o prompt ou o próprio algoritmo? Além disso, a utilização de obras protegidas por direitos autorais como base para o treinamento de IA pode ser vista como uma forma de exploração dos artistas originais.

Essas preocupações não são apenas teóricas. Recentemente, uma carta aberta assinada por milhares de pessoas pediu à casa de leilões Christie’s que cancelasse uma venda dedicada exclusivamente à arte de IA, citando preocupações com a exploração de obras protegidas por direitos autorais. A discussão sobre os direitos autorais na arte gerada por IA está apenas começando, e será necessário um esforço conjunto de legisladores, artistas e tecnólogos para encontrar soluções justas.

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Como a comunidade artística está reagindo à arte gerada por IA?

A reação da comunidade artística à arte gerada por IA é mista. Enquanto alguns veem a tecnologia como uma ferramenta inovadora que pode expandir as possibilidades criativas, outros, como o cofundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, expressam preocupações sobre a desvalorização da arte tradicional. Miyazaki descreveu a arte gerada por IA como um “insulto à própria vida“, destacando a importância do toque humano na criação artística.

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Apesar das críticas, a arte gerada por IA continua a ganhar popularidade, especialmente entre os jovens criadores que veem a tecnologia como uma forma de expressar sua criatividade de maneira acessível. A chave para o futuro da arte gerada por IA pode estar na busca de um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito pelos direitos e contribuições dos artistas humanos.

Leia também: Uma das animações mais tristes já feitas chega à Netflix

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