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Entenda as polêmicas do filme “É Assim que Acaba”

O longa, baseado em livro do mesmo nome, é criticado por romantização de violência doméstica e por polêmicas envolvendo a autora

O longa "É Assim Que Acaba", baseado em livro do mesmo nome, é criticado por romantização de violência doméstica e por polêmicas com a autora.
Filme é lançado nesta quinta-feira (8) nos cinemas – Créditos: Reprodução

Nesta quinta-feira (8) o filme “É Assim Que Acaba” chega aos cinemas. A obra é uma adaptação do livro de mesmo nome, da autora Colleen Hoover, que é centro de diversas polêmicas, incluindo controvérsias que envolvem ambas as produções.

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A obra conta a história de Lily e Ryle, que entram em um relacionamento após se conectarem com conversas profundas e reveladoras. Em primeiro momento, Ryle faz de tudo para provar que pode ser um bom namorado, comportamento que muda no momento que Atlas, o amor de adolescência da protagonista, entra na vida deles. O “bom moço” passa a então ter comportamentos abusivos, agredindo Lily física, psicológica e sexualmente. Atlas então a auxilia a se distanciar da situação, ela pede ajuda e se divorcia, mas prefere perdoar Ryle e o manter por perto por conta do filho do casal.

Desde seu lançamento, o livro tem sido alvo de críticas por diversas razões, sendo a principal delas a romantização de relacionamentos abusivos. Muitas organizações questionam a mensagem passada pelo enredo, especialmente no que diz respeito às consequências da violência emocional e física. Um dos principais pontos de crítica é a maneira como Ryle, apesar de seu comportamento abusivo, é perdoado por Lily e continua a fazer parte de sua vida.

Por que o livro “É Assim que Acaba” é considerado prejudicial?

O principal motivo das críticas ao livro é a maneira como a história trata a violência nos relacionamentos, de forma romantizada. A Domestic Shelters, organização estadunidense que lida com vítimas de violência doméstica, apontou que as pessoas precisavam parar de elogiar e consumir o livro. “Alimenta as mesmas estruturas de masculinidade tóxica que quer combater. Romantiza ‘red flags’ [sinais de alerta] e glorifica um homem carismático, mas perigoso, clichê frequentemente aplicado a homens abusivos”, afirmou em comentário oficial.

Outra crítica frequente é a falta de consequências para Ryle, que inclusive é perdoado e permanece na vida de Lily após a abusar.

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Além disso, em 2023, Colleen Hoover anunciou a publicação de um livro de colorir baseado em “É Assim que Acaba”. No entanto, a reação foi extremamente negativa. A ideia de retratar um relacionamento abusivo em um livro de colorir foi vista como equivocada e insensível, reduzindo a história que, supostamente, seria sobre a força de mulheres vítimas de violência a uma forma de lucrar.

A autora eventualmente reconheceu o erro e cancelou a publicação da edição. “O livro foi desenvolvido com a força da Lily em mente, mas agora vejo como isso foi absolutamente equivocado. Concordo com vocês. Não há justificativa”, declarou Hoover ao retirar o projeto de circulação.

Já em março deste ano, em parceria com a marca Olive and June, a autora lançou uma coleção de esmaltes e unhas postiças baseadas no livro.

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Adaptação cinematográfica: mais uma controvérsia?

Além das questões já mencionadas, a adaptação do livro para o cinema também gerou críticas. Internautas apontaram a diferença de idade entre os atores e os personagens originais como um problema significativo. No livro, Lily tem 23 anos, enquanto a atriz escolhida, Blake Lively, tem 36 anos. Justin Baldoni, que interpreta Ryle, é dez anos mais velho do que o personagem original, gerando insatisfação.

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Ainda, a divulgação de “É Assim Que Acaba” também foi alvo de críticas, pois, de acordo com internautas, o filme foi anunciado como um romance. Nos pôsteres, os protagonistas aparecem cantando, sorrindo e em momentos íntimos, sem menção à violência e abuso da história.

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