A INDÚSTRIA MUSICAL

O que explica o sucesso de Taylor Swift? Saiba mais

Nesta sexta-feira (17), a cantora chega ao Brasil para dar continuidade a The Era’s Tour com três shows em São Paulo e outros três no Rio de Janeiro

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(Crédito: Divulgação)

Mencionada no Livro Bege do Banco Central dos Estados Unidos em julho de 2023 e com uma turnê que chegou a causar um “terremoto” de 2,3 pontos na escala Richter em Seattle, Taylor Swift é um fenômeno da música pop e atualmente é uma das artistas mais comercialmente relevantes.

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A cantora é a maior ganhadora da categoria “Álbum do Ano” no Grammy, vencendo em três das cinco indicações, com os álbuns “Fearless”, em 2010, “1989”, em 2016 e “Folklore”, em 2021. Ainda, com o lançamento de “Speak Now (Taylor’s Version)” em julho de 2023, ela alcançou um marco significativo ao ser a primeira artista viva em quase 60 anos a ter quatro álbuns no ranking semanal dos 10 discos mais populares nos Estados Unidos, conforme apontado pela revista “Billboard”.

Nesta sexta-feira (17), a cantora chega ao Brasil para dar continuidade a The Era’s Tour com três shows em São Paulo e outros três no Rio de Janeiro. Mas qual a chave do seu sucesso ao longo desses 17 anos na indústria da música?

Para um olhar desatento, a popularidade de Taylor Swift pode parecer inexplicável. Afinal, ela não tem um alcance vocal tão poderoso quanto o de outras cantoras e suas performances não envolvem coreografias mirabolantes como é comum no universo da música pop.

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Além disso, com relação às melodias, Stephanie Burt, crítica literária e professora de inglês da Universidade de Harvard, apontou ao G1 que, do ponto de vista dos acordes, Swift é uma artista comum e não traz elementos muito inovadores.

Mas a loirinha tem um trunfo que a destaca no mundo pop: o dom da escrita.

Taylor Swift é uma boa contadora de histórias

A cantora iniciou aos 17 anos e, hoje com 33, passou por uma evolução artística muito grande em termos de gênero. Ela começou no country, transitou para o pop e chegou a incorporar elementos do indie em álbuns mais recentes, como “Folklore”. Mas o ponto comum que acompanha a trajetória de Swift pelos gêneros é a sua capacidade de contar histórias de forma autêntica, criar personagens, descrever sentimentos e situações facilmente identificáveis.

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A pesquisadora de psicologia da Escola de Medicina Harvard, Alexandra Gold, acrescenta ao G1 que, ainda que ela seja uma celebridade e tenha uma vida muito diferente da maioria da população e de seus fãs, “o conteúdo lírico e as emoções por trás dele são muito compreensíveis para muitas pessoas”.

Em “Mastermind” (álbum “Midnights“), por exemplo, a cantora se coloca na posição de uma “mestra da manipulação”, na qual ela calcula seus passos nas mais diversas situações para conquistar seu amado. Mas, no final, ela admite que seus cálculos são derivados da insegurança que sente desde nova: “Ninguém queria brincar comigo quando criança. Por isso, eu tenho esquematizado como uma criminosa desde então. Para fazer eles me amarem e fazer parecer natural. Esta é a primeira vez que senti a necessidade de confessar”. Mais uma vez, são sentimentos comuns a muitas pessoas.

Stephanie Burt reitera a habilidade de Swift na criação de ganchos que constroem histórias na cabeça dos ouvintes. Um exemplo está no trecho de “All Too Well” (álbum “Red”): “Você era uma criança pequena de óculos em uma cama de solteiro. E a sua mãe está me contando histórias sobre você na liga infantil de baseball”. O nível de descrição torna suas letras muito próximas a um filme sendo exibido na cabeça enquanto a música toca.

Uma escrita cheia de metáforas e simbolismos

Como uma boa contadora de histórias, sua discografia carrega muitas metáforas e simbolismos que se repetem. Esses elementos constroem um diálogo interno entre os próprios álbuns e que vão além das ações e sentimentos que os personagens vivem em cada música. Essa metalinguagem instiga os fãs a desvendarem o que está por trás de cada letra e o que as metáforas significam.

Um simbolismo comum está ligado ao uso das cores. No álbum “Red” (2012), por exemplo, Taylor compara o amor com a cor “vermelho”. Posteriormente, em “Lover” (2019), ela confessa que se enganou e faz uma referência direta ao álbum passado em: “Eu achava que o amor seria (vermelho ardente), mas é dourado” (trecho de Daylight). Já em “Ivy” (álbum Evermore), por exemplo, Swift utiliza subverte a simbologia de “fidelidade” carregada pela planta Hera (Ivy, em inglês) para contar uma história de traição e trazer a perspectiva do eu lírico infiel.

Ainda, outro mérito de Taylor Swift está na escolha das palavras e na capacidade de trazer diferentes perspectivas sobre uma mesma situação. Em “Folklore”, por exemplo, ela escreve uma trilogia de músicas – “Betty”, “Cardigan” e “August” – que traz os olhares de três diferentes personagens sobre o mesmo acontecimento, novamente estimulando seus fãs a descobrirem os segredos e as entrelinhas de cada canção que as conectam.

 * Texto sob supervisão de Lilian Coelho

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