Os Racionais MC’s devem lançar um novo álbum em 2024, segundo KL Jay. O grupo formado por Edi Rock, Ice Blue, KL Jay e Mano Brown está há aproximadamente dez anos sem lançar um disco de estúdio.
Durante entrevista ao canal de Youtube “Dr. Rap – Projeto Rap Brasil”, KL Jay afirmou que “os Racionais estão praticamente com o disco pronto. […] Não tem ainda uma data certa de lançamento, provavelmente vai ser em 2024. […] Eu acredito que seja em 2024, meados de 2024, mais ou menos”.
Confira o trecho no qual KL Jay fala sobre o futuro quinto disco de estúdio dos Racionais MC’s:
🚨DJ KL Jay afirma que novo álbum do Racionais MC’s está praticamente pronto e deve ser lançado em “meados” deste ano pic.twitter.com/KRZTlLcrvm
— RAP MAIS (@RapMais) January 6, 2024
Ao todo, os Racionais MC’s lançaram quatro discos de estúdio. São eles: os Racionais: Raio X do Brasil (1993), Sobrevivendo no Inferno (1997), Nada como um Dia após o Outro Dia (2002) e Cores & Valores (2014). A última música inédita do grupo foi o single “Mil Faces de um Homem Leal (Marighella),” de 2017.
Racionais MC´s: legado nacional
Os Racionais MC’s desempenham um papel crucial no cenário musical brasileiro. Ao abordar temas como violência, discriminação, desigualdade social e racismo, o grupo se destaca como uma voz representativa das camadas marginalizadas da sociedade. As músicas atuam como ferramentas de conscientização e ativismo e as letras, provocativas, incentivam a reflexão crítica.
Em novembro, o grupo ganhou o título de ‘doutor honoris causa’ pelo Conselho Universitário (Consu) da Unicamp. Segundo a universidade, os integrantes dos Racionais foram reconhecidos como “intelectuais públicos que dialogam com o pensamento social brasileiro“.
“A honraria também ressalta sua atuação política no combate ao racismo e às violências sociais existentes no país, destacando a crítica social incluída em sua produção“, ressaltou o Consu.
A ideia de conceder o título de doutores honoris causa aos Racionais surgiu em uma disciplina de graduação ministrada pela professora Jaqueline dos Santos, que também é pesquisadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra. A organização foi fundamental na formação política do grupo. Foi lá que, no início da década de 1990, os músicos se aproximaram de temas como o feminismo negro.
“O Geledés era nosso ponto de encontro na época, a gente se encontrava para trocar informações, ideias e livros, falar sobre os livros, as leituras. Era um ponto de encontro – a [escritora e ativista antirracismo] Sueli Carneiro era tipo a chefe. Dali começou a surgir todo um movimento, uma história de escrever as letras e de praticar as coisas que Malcolm X [ativista dos direitos humanos e defensor do nacionalismo negro nos Estados Unidos, morto em 1965] falava. Dali a gente despertou o interesse pela leitura”, relembrou KL Jay em aula pública na Unicamp, em novembro de 2022.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini