A cantora Rita Lee, que morreu nesta terça-feira (9), aos 75 anos, foi presa quando estava grávida de seu primeiro filho, em 1976. O país vivia a ditadura militar e a cantora foi detida por uso e porte de maconha. Na época, a artista estava grávida de seu filho mais velho, Beto Lee e disse que sua prisão foi injusta, uma vez que não fazia uso de substância ilícita.
Em entrevista a Ronnie Von, em 2020, Rita Lee comentou a prisão e revelou que a ajuda veio de onde menos esperava: a cantora Elis Regina.
“Fiquei grávida e fui presa. Foi um carma louco. A primeira vez que engravidei na vida fui presa inocentemente. Naquela época dos festivais da Record, Mutantes e Tropicalismo, Elis passava pela gente virando a cara. Ela fez parte daquela passeata contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira”, disse a cantora.
Ela conta que foi uma surpresa saber que Elis estava li brigando pela liberdade dela. “Quando o carcereiro falou: ‘Ô, Ovelha Negra, tem uma cantora famosa rodando a baiana, dizendo que vai chamar a imprensa. Ela quer te ver”
Rita lembra: “fiquei esperando, não sei, uma Nossa Senhora do Rock, e, de repente, vejo a Elis com o João Marcelo. Ela soltou a mão do filho e me deu um abraço. Perguntou como eu estava, disse que eu estava muito magra. Aí começou a falar duro com os policiais: ‘O que vocês estão fazendo com ela?”
Rita ficou duas semanas na cadeia e foi condenada a um ano de prisão domiciliar, além de multa. A irreverência, que é sua marca registrada, ficou presente no primeiro show após este episódio, quando Rita se vestiu de presidiária.
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