O órgão regulador do hipismo, FEI, responsável pela equitação olímpica em Versalhes, revelou que fotografias de cavalos com a língua azulada devido à falta de oxigênio durante a competição de adestramento. O veterinário-chefe da organização, Goran Akerstrom, compartilhou essas preocupações nesta terça-feira (6).
Com o foco voltado para o bem-estar dos cavalos durante os Jogos Olímpicos de Paris, o hipismo está sob intensos holofotes. Isso ocorre especialmente após um incidente envolvendo a cavaleira britânica Charlotte Dujardin, que abriu um debate ético e levantou dúvidas sobre o futuro do esporte na Olimpíada.
O incidente com Charlotte Dujardin e a suspensão temporária
Charlotte Dujardin, seis vezes medalhista olímpica, foi suspensa provisoriamente em 27 de julho de 2023. Imagens surgiram mostrando-a chicoteando as pernas de um cavalo várias vezes durante o treinamento, o que gerou uma reação intensa e questionamentos sobre o tratamento dos animais no esporte.
Ver essa foto no Instagram
Em eventos de adestramento na Olimpíada, fotografias tiradas pelo fotógrafo oficial da FEI mostraram cavalos com línguas azuladas, o que indicava problemas de oxigenação causados pela alta tensão das rédeas. Segundo Akerstrom, os freios duplos, obrigatórios em torneios de alto nível, também contribuíram para o corte de oxigênio na língua, resultando em dor ou desconforto desnecessário para os animais.
Quais medidas estão sendo tomadas para garantir o bem-estar dos cavalos?
A FEI não tomou medidas disciplinares imediatas, mas os veterinários notificaram o júri da competição. Os cavaleiros envolvidos foram convocados para uma “discussão” sobre a questão. Akerstrom afirmou que uma revisão fotográfica agora inclui verificações especiais relacionadas ao bem-estar dos cavalos para prevenir futuros incidentes.
Grupos de defesa dos direitos dos animais, como a PETA, criticaram a prática de uso de freios duplos no adestramento, argumentando que isso contribui para o sofrimento dos cavalos. A FEI, baseada na Suíça, prometeu ser inflexível quanto à proteção dos animais durante as competições em Versalhes.
Este não foi o primeiro incidente envolvendo maus-tratos a cavalos nas Olimpíadas. A FEI já havia sancionado o cavaleiro brasileiro Carlos Parro por uma polêmica hiperflexão do pescoço e desqualificado alguns cavalos que apresentaram pequenos sangramentos durante competições anteriores.