João Fonseca pode seguir no tênis profissional ou ir para a universidade

Grande sensação do tênis brasileiros aos 17 anos de idade, João Fonseca ainda precisa refletir qual caminho irá seguir em sua carreira. O carioca tem até junho para escolher assumir o status de profissional ou passar um tempo em competições universitárias nos Estados Unidos. O jovem atleta assinou compromisso com a Universidade da Virgínia, mas os bons resultados no Rio Open podem abrir portas para outras competições da ATP.

A dúvida já acompanha o tenista há um tempo. Em 2023, depois de conquistar o título do US Open e assumir o posto de número um do mundo, João deixou as disputas juvenis. Desde então, tem participado de Challengers e torneios de nível ATP, mas ainda sem abraçar a profissionalização. Uma das estratégias para se manter como amador foi renunciar à premiação do Rio Open.

Por conta do Rio Open, tendo chegado até às quartas de final e subindo mais de 300 posições no ranking da ATP, João despertou o interesse de algumas outras competições. O brasileiro foi convidado para o ATP de Santiago, por exemplo, mas sofreu com as condições da quadra e acabou sendo eliminado ainda na estreia. Caso opte por continuar no circuito profissional, Fonseca pode montar um calendário em longo prazo, com competições que gerem pontos para o ranking, mas também ajudem no desenvolvimento de seu jogo.

Assumindo o status de profissional, pode recolher as premiações das competições, o que é uma diferença importante para o tênis universitário, visto que as instituições de ensino dos EUA exigem que os estudantes se mantenham como amadores nos esportes em que competem. Ou seja, os jogadores podem receber somente 10 mil dólares anuais em prêmios, e o excedente deve servir para cobrir custos de viagens e competições.

Seu compromisso com a Universidade de Virgínia, assinado em 2023, não obriga o atleta a optar pelo esporte universitário, mas foi somente uma garantia de que João não representará outra instituição de ensino norte-americana caso opte por seguir esse caminho. Nos EUA, a universidade cobriria os custos de treinamento, preparação física e competições. Fonseca disputaria a primeira divisão do tênis universitário, a NCAA Division I, e, ao sair da faculdade, poderia se profissionalizar.

Mas, o ranking da ATP pode ser a chave que irá definir o futuro do carioca. Depois de vencer o US Open juvenil, Fonseca disse que, se estivesse em uma boa posição no meio de 2024, iria optar seguir para o profissional. Depois que disputou as quartas do Rio Open, subiu 321 posições, ocupando agora a 343ª posição. Mesmo com a eliminação em Santiago, não deve cair tanto.

Caso assuma o status de profissional no meio de 2024, João Fonseca continua no circuito da ATP, participando de torneio que distribui pontos para o ranking e, a partir de seu desempenho, começa a se garantir em competições maiores, como Masters 1000 e Grand Slam. Mas, caso escolha ir para os EUA, ficará mais focado no calendário da NCAA. Não será excluído do ATP, mas deve perder posições por conta do tempo afastado.

A passagem pelo tênis universitário se tornou mais comum nos últimos anos. Entre os brasileiros que escolheram seguir o caminho estão Luisa Stefani e Ingrid Martins. Além deles, Ben Shelton é outro que competiu na NCAA e agora constrói sua carreira profissional. Um dos pontos fortes do tênis universitário é o apoio dado pelas instituições ao desenvolvimento físico e mental de seus jogadores.

* Reportagem publicada originalmente em SportBuzz.