Após meses de intensos confrontos, o cessar-fogo mediado pelo Catar promete uma pausa na devastadora guerra entre Israel e o Hamas, que já se arrasta por 15 meses e deixou Gaza em ruínas.
Os combates começaram em outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque-surpresa contra Israel, resultando na morte de 1,2 mil pessoas e na captura de 251 reféns. A resposta israelense foi imediata, com uma ampla ofensiva sobre Gaza, deixando o território em escombros.
Como o conflito afetou Gaza e sua população?
Mais de 46 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Israel argumenta que seus ataques miraram combatentes do grupo, buscando minimizar as baixas civis. Contudo, organizações internacionais questionam a eficácia dessas medidas, apontando um número alarmante de mulheres, crianças e idosos entre as vítimas.
O Ministério da Saúde afirma que 59% dos mortos eram civis, mas um relatório da ONU de novembro elevou essa porcentagem para até 70%. Além disso, 110.453 palestinos ficaram feridos, muitos de forma irreversível. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 25% dessas vítimas enfrentam sequelas graves.
A infraestrutura de Gaza também sofreu impactos severos. Pesquisas realizadas com imagens de satélite revelaram que cerca de 60% das construções do território foram destruídas ou danificadas. A ONU estima que o custo para reconstruir a região ultrapassará os US$ 40 bilhões.
A guerra também provocou deslocamentos em massa. O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relatou que 1,9 milhão de pessoas – cerca de 90% da população de Gaza – foram obrigadas a abandonar suas casas, muitas delas repetidamente, devido às ofensivas israelenses e ordens de evacuação.
O impacto humanitário do conflito é igualmente dramático. Antes do início da guerra, entravam em Gaza 500 caminhões de ajuda humanitária diariamente. Esse fluxo diminuiu drasticamente, agravando a insegurança alimentar, que agora atinge 91% da população.
Apesar do cessar-fogo, a reconstrução e a estabilização da região permanecem desafios gigantescos. Especialistas estimam que a recuperação completa pode levar mais de uma década.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Confira detalhes do histórico acordo de cessar-fogo em Gaza