"ato criminoso"

Al Jazeera condena decisão de Israel de fechar canal

Neste domingo (5), seguindo a decisão do primeiro-ministro israelense, as autoridades policiais invadiram as instalações na Jerusalém Oriental ocupada e os fornecedores de satélite e cabo retiraram a rede do ar

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Canal da Al Jazeera – Crédito: Getty Images

“A Al Jazeera Media Network condena e denuncia veementemente este ato criminoso que viola os direitos humanos e o direito básico de acesso à informação”, afirmou a rede neste domingo (5) sobre a decisão de Israel de encerrar as operações da Al Jazeera no país. O comunicado divulgado ainda acrescentou que a supressão da imprensa livre “constitui uma violação do direito internacional e humanitário”.

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Neste domingo (5), seguindo a decisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, as autoridades policiais invadiram as instalações da Al Jazeera na Jerusalém Oriental ocupada e os fornecedores de satélite e cabo retiraram a rede do ar. Essa determinação ocorre semanas depois da aprovação de uma lei parlamentar que permite o fechamento temporário de emissoras estrangeiras consideradas uma ameaça à segurança nacional durante a guerra em Gaza.

Vale ressaltar que Netanyahu já havia postado na rede social X (antigo Twitter) que a Al Jazeera “prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou os soldados israelenses”.

O comunicado da Al Jazeera

Enquanto isso, a Al Jazeera negou as alegações de Israel. “A Rede rejeita veementemente as alegações apresentadas pelas autoridades israelitas, sugerindo que os padrões profissionais dos meios de comunicação social foram violados”, afirmou. O canal ainda reiterou seu compromisso com os valores do seu Código de Ética.

“A supressão contínua da imprensa livre por parte de Israel, vista como um esforço para ocultar as suas ações na Faixa de Gaza, constitui uma violação do direito internacional e humanitário. Os ataques directos e o assassinato de jornalistas, as detenções, a intimidação e as ameaças por parte de Israel não impedirão a Al Jazeera de se comprometer a fazer cobertura, ao passo que mais de 140 jornalistas palestinianos foram mortos desde o início da guerra em Gaza”, acrescentou o comunicado.

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Rivalidade com Israel

A decisão de Israel intensifica sua longa rivalidade com o canal, potencialmente aumentando as tensões com o Qatar, seu financiador. Ainda, isso ocorre enquanto Doha desempenha um papel crucial na mediação para conter a guerra em Gaza.

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Do ponto de vista histórico, Israel teve uma relação tensa com a Al Jazeera. O país acusa a rede de parcialidade e colaboração com o Hamas, acusações que a rede do Qatar nega continuamente.

Além disso, durante a guerra em Gaza, o canal permaneceu como um dos poucos meios de comunicação internacionais na região, transmitindo imagens impactantes de ataques aéreos e a situação nos hospitais, enquanto também acusava Israel de ações violentas.

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