A inflação na Argentina registrou, em agosto, 12,4% , a maior dos últimos 32 anos. A alta acumulada nos primeiros oito meses do ano é de 80,2%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC).
Esta é a maior alta do Índice de Preços no Consumidor (IPC) desde Março de 1991. Além disso, a última vez que o INDEC registrou um valor de dois dígitos foi em abril de 2002 (10,4%), no rescaldo da crise enfrentada em 2001.
A alta mensal registrada em agosto representa um salto em relação ao crescimento da inflação nos últimos meses – embora não na casa dos dois dígitos – já que maio teve alta de 7,8%, junho, de 6% e julho fechou com alta de 6,3%.
Duas situações explicam os dados de inflação de agosto, a pior das últimas três décadas. Por um lado, há o impacto da desvalorização da cotação do dólar oficial promovida pelo presidente Alberto Fernández, no último dia 14 de agosto, um dia após as eleições primárias realizadas na Argentina. Na ocasião, o peso se desvalorizou 22%. Atualmente, o dólar vale 350 pesos, menos da metade do valor do câmbio paralelo. Por outro lado, surge o aumento da taxa de juros, que se encontra nos 118% por ano.
Os setores de alimentos (15,6%) e saúde (15,3%) puxaram a alta, enquanto os de bebidas alcoólicas e tabaco (8,5%) e comunicação (4,5%) foram os mais baixos do período.
Argentina: O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), anunciou que o índice da inflação de julho foi de 12,4%.
Essa é a proporção mais alta desde 1991! pic.twitter.com/lvJNFwkeAY— Ariel Palacios (@arielpalacios) September 13, 2023
Diante deste cenário de crise, surge a proposta (repleta de incertezas) do candidato Javier Milei de dolarização da economia da Argentina como forma de minimizar as dificuldades de grande parte dos argentinos.