
Com a inflação nas alturas na Argentina, a nota de 2.000 pesos entrou em circulação nesta segunda-feira (22). Ela substituir a cédula de mil pesos, hoje a mais alta no país.
Veja na nova cédula:
A partir de hoy entra en circulación el #Billete2000Pesos conmemorativo de curso legal con la imagen del Instituto Malbrán, de la Dra. Cecilia Grierson y el Dr. Ramón Carrillo, precursores en el desarrollo de la medicina en la Argentina.
Este ejemplar se suma a la línea Peso y… pic.twitter.com/JE8KYxzIDP— BCRA (@BancoCentral_AR) May 22, 2023
Segundo o BC, a nota cinza rosada será distribuída progressivamente pelos bancos em todo o país. A cédula tem medidas de segurança como uma marca d’água e uma tinta que muda de cor com efeito dinâmico tridimensional, além de um leve relevo perceptível ao tato por pessoas cegas.
O desenho da cédula é uma homenagem ao desenvolvimento da saúde pública, da ciência e da medicina na Argentina, trazendo os rostos da primeira médica, Cecilia Grierson (1859-1934), e do primeiro ministro da Saúde do país, Ramón Carrillo (1906-1956).
Cotação
Agora, o bilhete de valor mais alto do país equivale a cerca de R$ 20 ou US$ 4 na cotação paralela “blue”, que rege o dia a dia dos argentinos. Isso representa o dobro da maior nota atual, de mil pesos, o que ameniza —mas não resolve— o problema de quem tem que andar com bolos de dinheiro nos bolsos.
Desde o início do ano passado, Argentina vive mergulhada em inflação, o que faz a moeda e se desvalorizar rapidamente nas mãos. Em abril, o índice bateu mais um recorde, chegando a 109% no acumulado dos últimos 12 meses, o maior número em quase 32 anos.
Nova nota
O Banco Central, que é controlado pelo governo peronista de Alberto Fernández, cedeu e começou a fabricar as cédulas. A ideia é que elas ficassem prontas apenas em junho, mas melhorias na produção encurtaram o prazo.
Estima-se que quase metade das transações comerciais no país ainda seja realizada “en efectivo”. As notas de mil pesos são as mais cobiçadas e representam 77% da circulação monetária no país, o dobro de quatro anos atrás, segundo cálculos do economista Nicolas Gadano, que foi gerente geral do BC argentino.
“À medida que o processo de digitalização dos pagamentos avança, essa cédula de maior valor vai permitir uma melhora no funcionamento dos caixas eletrônicos e, ao mesmo tempo, uma otimização das transferências de dinheiro”, escreveu a instituição financeira em comunicado.
Também especula a confecção de bilhetes de 5.000, o que não está confirmado.
Los billetes de $1.000 (cuyo valor real hoy es de poco más de USD 2 al contado con liquidación) explicaron el 77,3% del valor de la circulación monetaria en abril.
📊 @ngadano pic.twitter.com/GxQGcrKKoZ
— Argentina en Datos (@arg_endatos) May 15, 2023