O Canadá decidiu impor limites à entrada de estudantes estrangeiros por dois anos, com o objetivo de mitigar pressões que o rápido crescimento populacional alimentado pela imigração causou nos preços de moradia e no sistema de saúde.
O ministro da Imigração, Marc Miller, anunciou a medida nesta segunda-feira (22). Será reduzido em 35% o número de permissões para estudo. O país planeja conceder cerca de 360.000 permissões para estrangeiros em graduação este ano.
O limite afetará estudantes de programas de bacharelado internacional e de graduação, com cada província recebendo uma parcela determinada. Além disso, o governo deixará de conceder mais permissões de trabalho para estudantes de faculdades público-privadas.
Miller disse que a principal razão para o limite é proteger os estudantes que frequentam faculdades e aliviar a pressão sobre a habitação e os serviços.
“Algumas instituições privadas aproveitaram-se dos estudantes internacionais, operando campi com poucos recursos, sem apoio aos estudantes e cobrando altas mensalidades, ao mesmo tempo que aumentaram significativamente a entrada de estudantes internacionais. Este aumento também pressiona o setor imobiliário, o sistema de saúde e outros serviços”, disse Miller aos jornalistas.
A mudança representa uma significativa reversão na política de imigração do Canadá, historicamente dependente da entrada de estudantes internacionais para preencher vagas de emprego e lidar com o envelhecimento da força de trabalho.
Para o reitor da Universidade McMaster, David Farrar, o projeto de limite é “uma perda” para instituição. “Se perdêssemos os nossos estudantes internacionais, não seríamos tão ricos do ponto de vista do ambiente de aprendizagem“, declarou à emissora pública CBC.
Farrar também disse que as mensalidades pagas por estudantes estrangeiros compensam os custos para alguns estudantes do Canadá, à medida que as universidades lutam com restrições no orçamento governamental.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini