
Em reação a novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, o dólar e os mercados financeiros globais operam em forte baixa nesta quinta-feira (3). A sinalização de barreiras comerciais mais duras provocou tensão entre investidores e uma onda de vendas ao redor do mundo.
Por volta das 9h45 (horário de Brasília), o dólar era negociado a R$ 5,64 no Brasil, com queda de 1%. Já o índice DXY — indicador que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de divisas — recuava quase 2%, atingindo o menor patamar desde setembro de 2023.
Tarifas podem empurrar economia global para a recessão?
Na Europa, o impacto também foi imediato. O Euro Stoxx 50, que reúne papéis das maiores companhias do continente, registrava baixa de cerca de 3%. Bolsas da Alemanha, França e Holanda lideravam as perdas, com quedas acima de 2%.
A medida anunciada na véspera por Donald Trump prevê a aplicação de tarifas de 20% sobre todos os produtos importados da União Europeia. A partir de 5 de abril, a nova política começa a vigorar. Em casos específicos, com taxas mais elevadas, a vigência será em 9 de abril.
Fora do bloco europeu, o Reino Unido também foi atingido. O índice FTSE 100 caía 1,40% pela manhã. Para os britânicos, o governo dos EUA determinou uma tarifa de 10% sobre os produtos exportados para o mercado americano.
Na Suíça, o cenário era ainda mais severo. O índice SMI recuava 1,94%, pressionado pela imposição de tarifas de 31%.
A Ásia também refletiu a tensão. Países como Vietnã, Bangladesh e Tailândia foram surpreendidos com tarifas de 46%, 37% e 36%, respectivamente. A China, segunda maior economia global, terá seus produtos taxados em 34%. Coreia do Sul e Japão enfrentarão tarifas de 25% e 24%.
Especialistas ouvidos por agências internacionais avaliam que o aumento das tarifas tende a encarecer insumos industriais e bens de consumo, o que pode impulsionar a inflação nos Estados Unidos. Como consequência, o consumo tende a diminuir, com risco de frear o crescimento da maior economia do planeta.
Enquanto isso, o sentimento de aversão ao risco cresce. Investidores buscam proteção diante de um cenário global mais incerto, o que reforça a pressão sobre bolsas e moedas emergentes.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Donald Trump sobre possível terceiro mandato: ‘Não estou brincando’