O novo primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, fez um discurso no Parlamento sobre seus planos de governo nesta terça-feira (12). Sua eleição, concretizada na segunda-feira (11), sinaliza o encerramento de quase uma década de governo ultraconservador e abre caminho para uma melhoria das relações do país com a União Europeia.
Ele disse que a Polônia irá pressionar o Ocidente para ajudar a Ucrânia, reconquistará uma posição de liderança no continente europeu e será uma força na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Vamos pedir em alto e bom som a mobilização total do mundo livre, do mundo ocidental, para ajudar a Ucrânia nessa guerra. Não consigo mais ouvir os políticos que falam sobre estarem cansados da situação na Ucrânia. Dizem ao Presidente Zelensky que estão cansados da situação. Exigirei ajuda para a Ucrânia desde o primeiro dia”, declarou.
Donald Tusk se comprometeu, em seus planos de governo, a resolver prontamente os problemas ligados ao protesto de caminhoneiros nas passagens de fronteira com a Ucrânia, tornando a região segura.
Também garantiu que será um aliado dos Estados Unidos e que busca melhorar as relações com a União Europeia. Contudo, ele destacou sua oposição a quaisquer alterações nos tratados da UE que prejudiquem os interesses poloneses.
🇵🇱 Donald Tusk foi eleito primeiro-ministro da Polônia.
No Sejm polaco, 248 deputados votaram a favor de Tusk como líder da oposição unida, enquanto 201 votaram contra e houve 0 abstenções.Anteriormente, o parlamento não expressou confiança no governo de Mateusz Morawiecki e… https://t.co/ZRSza3p7hL
— Robinson Farinazzo (@artedaguerracnl) December 11, 2023
Direitos para minorias mencionados por Donald Tusk
Outro ponto relevante diz respeito às políticas internas para minorias que foram mencionados por Tusk ao longo da campanha. Ele se comprometeu a reverter gradualmente o cenário conservador instaurado na Polônia. Nesse sentido, o primeiro-ministro prometeu implantar mais direitos para a comunidade LGBTQ+ e a reverter as leis restritivas sobre o aborto.
Donald Tusk também mencionou que as mulheres polonesas perceberiam de forma rápida ares de mudança. “Desenvolvemos um programa para que cada mulher polonesa sinta uma mudança no tratamento da maternidade, na proteção das mães e no acesso ao aborto legal. Desde os primeiros dias, tomaremos ações concretas para garantir que as mulheres sintam uma melhoria imediata em termos dos seus direitos”, afirmou no Parlamento.
No entanto, ainda não se sabe como o governo conseguiria mudar a legislação sobre o aborto, por exemplo. Isso porque alguns membros da sua própria coalizão não apoiam uma liberalização substancial.
* Texto sob supervisão de Ricardo Parra.