O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou a Polônia de que qualquer “agressão” à aliada Bielorrússia será tratada como um ataque à Rússia. A declaração surge após Varsóvia anunciar o envio de tropas para reforçar sua fronteira oriental em resposta à presença de forças mercenárias do grupo Wagner, que realizam treinamentos na região.
“Qualquer agressão contra a Bielorrússia significará uma agressão contra a Federação Russa“, disse Putin durante uma reunião do Conselho de Segurança russo televisionada. “Responderemos a isso com todos os meios à nossa disposição”, disse ele, referindo-se à aliança estabelecida há muito tempo entre as ex-nações soviéticas.
Putin diz que território da Polônia Ocidental foi um presente de Stalin. “Nossos amigos em Varsóvia esqueceram disso? Vamos lembra-los”.
Líder russo citou nesta sexta (21) episódios, ao longo do século passado, em que poloneses teriam tomado terras de Moscou.
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— Metrópoles (@Metropoles) July 21, 2023
As ameaças, que podem exacerbar as tensões entre a Rússia e a Europa, não são as primeiras que o Kremlin faz contra a Polônia — um dos maiores apoiadores de Kiev desde a invasão do país. A Polônia é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e não demonstrou nenhuma intenção de realizar uma ação militar unilateral e não provocada, o que poderia levar ao envolvimento das potências ocidentais no conflito.
Varsóvia anunciou que planeja aumentar sua presença militar perto da fronteira com a Bielorrússia, e de construir novas defesas no local. Autoridades polonesas alertaram anteriormente sobre o início de uma “nova fase de guerra híbrida” após o anúncio de acordo para permitir a entrada de combatentes mercenários do grupo Wagner na Bielorrússia. E também criticaram o auxílio do vizinho a migrantes que cruzam a fronteira como parte do plano da Rússia de atacar a Europa.
O grupo Wagner é uma milícia privada russa que tem sido acusada de crimes de guerra em todo o mundo. Os mercenários do grupo Wagner estão atualmente envolvidos no conflito na Síria, na Líbia e na República Centro-Africana. Eles também foram vistos na Bielorrússia, onde estão ajudando o governo a reprimir protestos contra o presidente Alexander Lukashenko.
A ameaça de Putin à Polônia, segundo especialistas ouvidos pela CNN, é uma clara tentativa de dissuadir a Varsóvia de tomar qualquer ação contra a Bielorrússia. No entanto, a Polônia é um membro da Otan e é protegida pela aliança militar. Por isso, é improvável que a Polônia tome qualquer ação que possa levar a um confronto direto com a Rússia.