Grande parte da Venezuela ficou sem luz na manhã sexta-feira (30). O governo atribuiu o apagão nacional a uma tentativa de sabotagem da oposição. A queda de energia ocorreu no mesmo dia em que o candidato opositor Edmundo González pode ser preso em uma audiência.
González afirmou ter vencido as eleições. Ele foi convocado a prestar depoimento nesta sexta, e será alvo de um mandado de prisão se não comparecer. O opositor já havia faltado a outras duas audiências passadas.
Caracas, capital do país, foi um dos locais que amanheceu sem energia. O Ministério das Comunicações afirmou que todos os estados foram afetados pelo apagão, além das refinarias da estatal de petróleo PDVSA. Em um comunicado nacional, o ministro das Comunicações, Freddy Nañez, afirmou que se trata de uma “sabotagem elétrica”.
A internet também ficou instável no território venezuelano. De acordo com o ministro do Interior, Diosdado Cabello, a energia será retomada ao longo do dia, começando pela capital.
Venezuela convoca audiência de Edmundo González
González foi convocado a depor, mas sem especificação da qualidade da audiência. O governo venezuelano não especificou se ele é acusado, testemunha ou especialista.
O professor afirma ter provas de que venceu as eleições. A oposição publicou cópias de mais de 80% das atas eleitorais, alegando sua vitória. Já o Conselho Nacional Eleitoral (CNE, que equivale à Justiça Eleitoral da Venezuela), fez intimações pelos crimes de “usurpação de funções”, “falsificação de documento público” e o não comparecimento à audiência.
O MP também anunciou que o investigará investigação por “incitação à insurreição” militar. A apuração inclui a líder da oposição, Corina Machado.
González está foragido desde 30 de julho, última vez que apareceu em público. A partir de então, passou a se comunicar pelas redes sociais. Ele ainda não se pronunciou sobre a audiência marcada para esta sexta, mas ele já chamou o procurador-geral, Tarek William Saab, de “acusador político” que o submeteria a um processo “sem garantias de independência e do devido processo”.
A Plataforma Unitária Democrática (PUD), da oposição, denuncia uma perseguição política, e nega que a publicação das atas tenha sido uma ordem de González.