ÍNDIA

A história das parteiras que sacrificavam bebês meninas e passaram a salvá-las

Em 1996, Siro e várias outras profissionais foram pressionadas a matar recém-nascidas do sexo feminino devido à preferência cultural por filhos homens em Bihar

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Mulher grávida – Créditos: depositphotos.com / pressmaster

Em meio a lágrimas e emoção, a parteira Siro Devi encontrou-se com Monica Thatte, uma jovem de quase 30 anos que retornou à sua cidade natal na Índia. Esse reencontro tocante não foi apenas uma reunião de velhos tempos, mas um testemunho de uma dolorosa realidade que Siro e outras parteiras indianas enfrentaram na década de 1990.

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Em 1996, Siro e várias outras parteiras foram pressionadas a matar meninas recém-nascidas devido à preferência cultural por filhos homens. Monica é, conforme sugerem as evidências, uma das bebês que Siro e suas colegas conseguiram salvar. Esta história, que se desenrolou por mais de três décadas, mostra não só a luta dessas mulheres, mas também uma transformação gradual e significativa.

Parteiras salvaram meninas recém-nascidas

No final dos anos 90, uma ONG revelou que em Katihar, estado de Bihar, as parteiras estavam sendo forçadas a matar meninas recém-nascidas devido a pressões sociais e econômicas. As famílias de castas superiores, temendo os custos do dote, ameaçavam as parteiras para que eliminassem as bebês.

Até então, Siro havia presenciado inúmeras mortes infantis, mas algo começou a mudar. Uma assistente social chamada Anila Kumari começou a desafiar essas práticas. Ela incentivava as parteiras a pensarem de forma diferente, perguntando: “Vocês fariam isso com sua própria filha?” Essa simples pergunta iniciou uma mudança em suas consciências.

Mudanças

Anila não só desafiou as parteiras com perguntas difíceis, como também proporcionou apoio financeiro e emocional. Com isso, muitas parteiras começaram a resistir às pressões familiares e a salvar as bebês, entregando-as para Anila que garantiu a segurança delas.

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As ações de Anila e das parteiras resultaram em pelo menos cinco meninas sendo resgatadas. Uma dessas meninas, com o prefixo “Kosi”, era Monica. Esta jovem foi adotada e recebeu uma nova chance de vida. Quando encontramos Monica, ela agradeceu à sua sorte e à dedicação de Anila e das parteiras.

Antes de se despedir de Bihar, Monica visitou um Centro Especial de Adoção onde outra bebê, abandonada e resgatada, estava aguardando adoção. Ao ver a criança, Monica refletiu sobre a continuidade do ciclo de abandono, mas também sobre os novos começos possíveis.

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