homilia da Missa de Páscoa

“Ele está vivo e permanece sempre conosco”: a despedida do Papa e sua última mensagem de fé e esperança

As palavras do papa Francisco, escritas para sua última homilia, ganharam novo significado na manhã desta segunda-feira (21).
O papa morreu aos 88 anos, em Roma, debilitado após enfrentar uma pneumonia bilateral – Crédito: Vaticano

“Não podemos estacionar nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria.” As palavras do papa Francisco, escritas para sua última homilia, ganharam novo significado na manhã desta segunda-feira (21). O papa morreu aos 88 anos, em Roma, debilitado após enfrentar uma pneumonia bilateral. Mesmo fragilizado, fez questão de aparecer na sacada da Basílica de São Pedro durante a Páscoa, em sua última aparição pública.

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Na celebração, a homilia foi lida pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste emérito. O pontífice não presidiu a missa, mas acenou aos fiéis e, com voz fraca, declarou: “Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!” Em sua mensagem, Francisco reafirma a presença contínua de Cristo na vida cotidiana: “Ele está vivo e permanece sempre conosco.” A frase aparece no trecho em que o papa lembra que a fé cristã exige movimento e busca constante. “Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-lo na vida, procurá-lo no rosto dos irmãos, procurá-lo no dia a dia”.

Por que o papa falava tanto em correr?

A homilia se desenvolve em torno do verbo “correr”. Maria Madalena corre ao encontrar o sepulcro vazio. Pedro e João fazem o mesmo ao ouvir a notícia. Para Francisco, o gesto não é apenas físico, mas espiritual: é impulso de quem deseja reencontrar o Cristo vivo.

“Cristo ressuscitou, está vivo! Não ficou prisioneiro da morte, já não está envolvido pelo sudário e, por isso, não podemos encerrá-lo numa bonita história para contar”, escreveu. “Não podemos fazer dele um herói do passado ou pensar nele como uma estátua colocada na sala de um museu.” A mensagem é clara: a fé não é um refúgio do mundo, mas uma forma de atravessá-lo.

Segundo o pontífice, reconhecer Cristo exige “olhos capazes de ver mais além”, dispostos a encontrá-lo em situações anônimas, nas dores e também nas pequenas alegrias. “Ele ressuscitou, então está presente em toda a parte, habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nas irmãs e nos irmãos que encontramos pelo caminho

A homilia menciona também o apóstolo Paulo, que convida os fiéis a correr rumo à meta. A imagem da corrida atravessa todo o texto. “Corramos ao encontro de Jesus, redescubramos a graça inestimável de ser seus amigos”, escreve Francisco.

Em outro momento, ele faz um apelo por renovação: “Afastai de nós, ó Deus, a poeira triste da rotina, do cansaço e do desencanto.” E conclui: “Dai-nos a alegria de acordar, a cada manhã, com os olhos maravilhados, para ver as cores inéditas daquele amanhecer, único e diferente de todos os outros.

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