Um ex-militar dos EUA foi condenado a 18 meses de prisão por fingir não andar durante mais de 20 anos para conseguir benefícios sociais do governo.
De acordo com o gabinete do procurador do estado de New Hampshire, o veterano Christopher Stultz, de 49 anos, da cidade de Antrim, usou a suposta invalidez para receber mais de R$ 3 milhões de auxílio público destinado ex-militares com deficiências, o que ele não tinha direito.
O veterano das Forças Armadas se declarou culpado durante o julgamento. Documentos mostram que, durante mais de duas décadas, Stultz alegou falsamente que não conseguia andar e precisava de uma cadeira de rodas para se locomover.
Além da sentença de prisão, Stultz foi condenado a devolver o todo o dinheiro que recebeu irregularmente em benefícios de invalidez.
Ex-militar começou a falsear a invalizez em 1995
Um ano depois de ingressar na Marinha dos EUA em 1995, Stultz sofreu uma lesão na medula espinhal após cair de um cavalo. Ele foi dispensado com honra em 1999, de acordo com documentos judiciais, e depois, classificado como parcialmente incapacitado pelo Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA.
Em 2003, entretanto, Stultz alegou ao departamento que não conseguia mais usar os dois pés. Com isso, foi classificado como 100% deficiente e conseguiu aumentar os benefícios mensais.
Ele também recebeu um total de quase US$ 190 mil, cerca de R$ 1 milhão, em financiamento para comprar carros adaptados destinados a ajudar veteranos com deficiência motora. Os promotores dizem que Stultz nunca usou os veículos e, em vez disso, os vendeu por dinheiro.
“Cidadão preocupado”
Os promotores começaram a investigar o caso depois que receberam um relatório de “um cidadão preocupado”. Documentos judiciais narram como Stultz foi vigiado em diversas ocasiões e visto caminhando sem problemas.
Em um exemplo revelado no memorando da sentença, Stultz é visto usando uma cadeira de rodas enquanto estava dentro do Departamento de Assuntos de Veteranos, em Boston, em outubro de 2021.
Depois de deixar prédio, ele se levantou, colocou a cadeira de rodas no carro e dirigiu até um shopping center. Os promotores dizem que Stultz foi flagrado andando sem problemas por várias lojas.