
O ex-presidente da Guatemala Otto Pérez Molina foi condenado nesta quarta-feira (7) a 16 anos de prisão no julgamento de uma ação que o acusava de corrupção durante seu mandato. A revelação do caso fez com que Molina renunciasse em 2015, com 3 anos de gestão.
Ele e a ex-vice-presidente Roxana Baldetti foram considerados culpados no caso conhecido como “La Línea” pelos crimes de associação ilícita e por liderarem uma fraude alfandegária que desviou US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 18 milhões na cotação atual) de fundos estatais. Além da pena, ambos também foram multados em cerca de US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões na cotação) cada.
Molina estava preso há 7 anos aguardando o veredito. Já Baldetti havia sido condenada em 2018 a 15 anos de prisão em outro caso que também envolvia fraude. Segundo a agência de notícias Reuters, durante o julgamento de quarta-feira, o ex-presidente criticou o que considerou uma condenação sem “um fragmento de prova” e prometeu recorrer da decisão.
O militar reformado, hoje com 72 anos, assumiu a Presidência em 2012 com o combate à criminalidade como principal bandeira, apoiado numa plataforma conservadora e populista. Ele se viu forçado a renunciar a quatro meses do fim de seu mandato, dizendo que sairia para “preservar a institucionalidade da Presidência” enquanto respondia ao processo —o Congresso já havia retirado sua imunidade.
A fraude foi descoberta após investigação realizada pela Procuradoria junto com a CICIG (Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala), entidade apoiada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Molina e Baldetti deixaram os cargos em 7 de setembro de 2015 depois que ondas de protestos populares pediam a renúncia da chapa.