Entenda

Falta de combustíveis agrava a crise humanitária na Faixa de Gaza

Desde o início do conflito, os palestinos na Faixa de Gaza sofrem com a escassez de suprimentos básicos, como água, comida e cuidados médicos

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(Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images)

A falta de combustíveis impacta diretamente no cotidiano dos palestinos, na Faixa de Gaza. O combustível é um item essencial para as mais de 2 milhões de pessoas na região, após três semanas do cerco imposto por Israel, os moradores sofrem com a escassez de suprimentos básicos, como água, comida e cuidados médicos.

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Com a escassez, a falta de combustível paralisou hospitais, o fornecimento de água, padarias e operações de socorro na Faixa de Gaza. A Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas alertou no último domingo (29) que o sistema de entrada de ajuda humanitária em Gaza “está fadado ao fracasso” se Israel continuar a proibir a entrada de combustível.

No sábado (28), milhares de palestinos desesperados invadiram os armazéns da ONU em busca de suprimentos, eles levaram farinha de trigo e água.

O fornecimento de combustível está suspenso há três semanas, praticamente, desde que o governo de Israel ordenou um “cerco completo” no dia 9 de outubro e interrompeu o fornecimento de alimentos, combustível, água e eletricidade, dois dias depois do ataque surpresa do grupo radical islâmico Hamas contra Israel ter deixado mais de 1.400 mortos.

Desde o início do conflito, os ataques israelenses já deixaram mais de 7.900 palestinos mortos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas.

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Autoridades ​​da ONU alertam, com o fim do combustível, os hospitais de Gaza estão à beira do colapso, sem capacidade para operar geradores de reserva para o tratamento de pessoas.

A falta de energia em Gaza

A crise de combustível em Gaza afeta a capacidade de gerar energia, que mesmo antes do cerco já era inadequada.

As principais fontes de eletricidade de Gaza são uma única central eléctrica em Deir al-Balah e as linhas de energia israelenses, que representam quase dois terços do fornecimento de energia no território.

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A central elétrica ficou sem combustível há duas semanas e o país passou a depender de geradores para obter eletricidade. Toda a eletricidade que vinha de Israel foi cortada.

O enclave de 360 quilômetros quadrados, bloqueado por Israel desde 2007, depende de combustível e eletricidade importados para operar todos os seus serviços.

A maior parte da importação de combustível para Gaza destina-se ao funcionamento da central elétrica, que o Qatar ajudou a financiar desde o final de 2018, aumentando o fornecimento de combustível de 30 milhões de litros em 2018 para mais de 130 milhões de litros anualmente até 2022.

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Sem fornecimento adicional de combustível para a Faixa de Gaza, a escassez está aprofundando a crise humanitária, e os hospitais e médicos têm de fazer escolhas difíceis sobre como utilizar suas reservas cada vez menores.

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