PACTO DE AMIZADE

Idosa guarda cadáver de amiga em maleta por um ano; saiba mais

Corpo foi guardado por 12 meses; ambas mulheres eram supostamente ligadas por uma forte devoção religiosa

Idosa guarda cadáver de amiga em maleta por um ano
Local em que a idosa deixou a mala, de acordo com a imprensa chilena – Créditos: Reprodução/Google Street View

Um catador de lixo em Santiago do Chile encontrou uma mala na comuna de Ñuñoa, zona leste da cidade, e decidiu levá-la para casa por achar que teria algum valor. Ao perceber um cheiro ruim e se dar conta do conteúdo, a abandonou em um local próximo.

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Posteriormente, a polícia descobriu que a mala continha os restos mortais de uma mulher falecida há um ano. As câmeras de segurança revelaram que a mala foi deixada por uma mulher idosa de 80 anos, cuja amiga mais jovem, falecida aos 58 anos de câncer, estava dentro.

Por que a idosa guardava o cadáver?

Ambas mulheres eram supostamente ligadas por uma forte devoção religiosa. Segundo a imprensa local, elas haviam se conhecido em uma paróquia, porém a Igreja Católica afirmou, por meio de um comunicado divulgado pela Arquidiocese, não ter registro de que a vítima tenha sido religiosa, tampouco a idosa que deixou a mala.

O Ministério Público informou que ela havia guardado o corpo da amiga nos últimos meses devido a um “pacto” de amizade. “Elas fazem este tipo de pacto para se isolar do mundo, tinham aspiração de serem como freiras em clausura, de não terem mais contato com o (mundo) exterior (…) fazem esta espécie de pacto, em caso de morte de uma ou da outra, de não comunicar às autoridades e cuidar de tudo até o último momento”, explicou o procurador Francisco Lanas, responsável pelo caso, a jornalistas.

Após a morte da amiga, a mulher decidiu não notificar as autoridades em virtude do pacto que ambas haviam feito. O corpo foi guardado por 12 meses, até que finalmente ela decidiu se desfazer dele. A polícia afirma que a decisão pode ter sido motivada pela filha, que saberia da situação, ou por suas próprias reflexões.

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Entendemos que (a idosa) deve ter tido algum episódio, uma espécie de transtorno de consciência em algum momento. Ela percebe que a amiga está em uma mala e quer dar a ela uma sepultura. Este é o motivo que ela indicou, que deixou (a mala) em uma esquina para darem uma sepultura a ela”, disse Juan Fonseca, chefe da Divisão Metropolitana de Homicídios, ao jornal chileno La Tercera.

O caso está sendo investigado. A idosa foi indiciada por ocultação de cadáver, enquanto sua filha irá depor como testemunha.

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