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Japão: Envelhecimento da população compromete mercado de trabalho

Dados oficiais indicam que quase um terço da população possui 65 anos ou mais; país culturalmente costuma ser opor ao recebimento de imigrantes

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Envelhecimento populacional no Japão já afeta economia – Créditos: Canva

O mundo inteiro está envelhecendo. Porém, alguns países têm populações mais idosas do que outros. Esse é o caso do Japão, que tem enfrentado a falta de mão de obra com uma tecnologia cada vez mais presente.

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O primeiro ano em que a nação registrou um número de mortes maior que o de nascimentos ocorreu em 2008. De acordo com o Instituto Nacional de População Japonês, a população em 2022 era de 126 milhões. A projeção para 2056, por outro lado, é de menos de 100 milhões.

Em termos práticos, isso significa que faltará força de trabalho para sustentar o país. Ao mesmo tempo, a quantidade de idosos tende a aumentar: mais de uma a cada 10 pessoas no país têm de 80 anos para mais. Dados oficiais indicam que 29,1% da população possui 65 anos ou mais.

Efeitos do envelhecimento

Além de afetar o orçamento oficial do Estado, a conjuntura também abala diversos setores comerciais. Na agricultura, por exemplo, a média de idade dos operários é de 68 anos – e muitos não têm filhos. Por isso, o Japão utiliza tratores de condução autônoma para manter o nível básico de produtividade, enquanto outros países têm esse recurso como complemento às colheitas.

O mesmo acontece nas cidades, onde a dificuldade de encontrar mão de obra abala o custo do produto, sua qualidade e as condições de trabalho dos funcionários. Numa sociedade que valoriza a vida profissional ao ponto dela se tornar uma questão de honra, pode ser nocivo viver sob tais circunstâncias.

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Os japoneses se apoiam na tecnologia para preencher as lacunas. O governo também criou incentivos financeiros para as futuras famílias, oferecendo o equivalente a R$350 mensais por filho. O valor aumenta para mil reais depois da terceira criança, e é enviado até seu aniversário de 18 anos.

Para reverter a queda populacional, muitos países costumam abrir as portas para estrangeiros. Entretanto, a população japonesa possui certa resistência à imigração. Exclusão e xenofobia com pessoas de outros países não são incomuns nos ambientes de trabalho.

O estado japonês tem tomado medidas cautelosas para incentivar a vinda de estrangeiros – de placas em outros idiomas nas ruas a programas de empregos temporários. Em 2023, registrou o maior número de operários de outras nacionalidades até então: 2,04 milhões.

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A tendência é que a presença de estrangeiros aumente cada vez mais, especialmente para trabalharem como montadores de linha de produção, construtores civis, agricultores e cuidadores de idosos.

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