A apenas um mês das eleições presidenciais argentinas, e com a maioria das pesquisas colocando-o no pódio dos candidatos à presidência, Javier Milei aparece concedendo entrevistas para atacar o partido ‘Juntos pela Mudança’, o Kirchnerismo e os meios de comunicação – seu novo alvo – nesta reta final.
Ao conversar com o apresentador Esteban Trebucq na rádio El Observador, o líder do partido ‘A Liberdade Avança’ falou sobre sua relação com os meios de comunicação: “Estou mais tranquilo porque mudou o formato do tipo de programas que vou. Quando comecei a aparecer na TV, ser liberal era uma coisa ruim“.
“Os kirchneristas me esmagaram, e se você não se afirmasse, eles passavam por cima de você, por isso tive que gritar (…) A mídia me expôs a um nível de violência, vivem me provocando e nunca mostram os ataques que recebo. De repente, procuram um vídeo meu de seis anos atrás para conseguir minha reação”, reclamou o economista.
Em uma pesquisa realizada pela consultoria Celag Public Opinion, o principal ponto fraco de Milei na opinião pública é a “violência“. Segundo a análise, 58% dos participantes consideram que o candidato é “uma pessoa emocionalmente instável“, enquanto 37,7% o consideram “uma pessoa corajosa e autêntica“.
Milei, que usa a dolarização como sua “arma” para acabar com a inflação, não dá muitos sinais de onde conseguirá o dinheiro necessário para obter dólares, embora tenha dado algumas pistas nesta entrevista mais recente: “Existem 5 bancos de investimento que apostam na dolarização”. Ele não diz quais são, nem quais seriam as condições desses bancos para emprestar dinheiro a uma Argentina endividada.
Na hora de opinar sobre o ‘Juntos pela Mudança’, o presidenciável afirmou: “É um terceiro lugar confortável. E se vencermos, o kirchnerismo também vai quebrar. Haverá um reordenamento ideológico” (…). ‘Juntos pela Mudança’ se degrada sozinho (…). O partido não propõe nada e só critica”. Sobre Patricia Bullrich, ele disse que “suas mãos estão manchadas de sangue. Quando ela esteva perto do poder, se tornou um monstro”. Disse, ainda, que o único que ouviria é Mauricio Macri.