símbolo de resistência

Macron destaca coragem de Gisèle Pelicot em expor abusos e denunciar ex-companheiro

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou a postura de Gisèle Pelicot, classificando-a como "uma pioneira para as mulheres".
Gisèle Pelicot saindo do julgamento do seu ex-marido, Dominique Pelicot – Crédito: Getty Images

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou publicamente a postura de Gisèle Pelicot nesta sexta-feira (20), classificando-a como “uma pioneira para as mulheres“. A declaração veio após a condenação de seu ex-marido, Dominique Pelicot, a 20 anos de prisão por estupro qualificado.

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Na rede X (antigo Twitter), Macron escreveu: “Obrigado Gisèle Pelicot. Por ter enfrentado essa provação com a cabeça erguida, em nome da Justiça“, disse. “Sua dignidade e coragem comoveram e inspiraram a França e o mundo“. Ele também destacou o impacto de sua atitude para outras mulheres, referindo-se a ela como uma “guerreira” que lutou em nome de muitas vítimas.

Como Gisèle Pelicot se tornou um símbolo de resistência?

O julgamento, realizado em Avignon, no sudeste da França, trouxe à tona detalhes chocantes do caso. Dominique Pelicot, de 72 anos, admitiu ter drogado a esposa por cerca de uma década, transformando-a em alvo de abusos sexuais cometidos por ele e dezenas de homens que conheceu pela internet entre 2011 e 2020.

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Gisèle, também de 72 anos, recusou o anonimato e fez questão de que o julgamento fosse público, para chamar a atenção sobre a prática da submissão química – o uso de drogas para incapacitar vítimas de violência sexual. Para a francesa, seus agressores, e não ela, é que deveriam sentir vergonha.

Manifestações de apoio marcaram o julgamento. Do lado de fora do tribunal, pessoas aplaudiam e entregavam flores para Gisèle Pelicot enquanto ela chegava às audiências. Ao final do julgamento, após anos de sofrimento e luta, ela retirou os óculos escuros que usou desde o início do processo, como um gesto de superação.

Condenações históricas e impacto social

Além de Dominique Pelicot, outros 50 homens foram julgados e considerados culpados. As penas variaram entre 3 e 20 anos de prisão. Apesar das sentenças mais brandas para alguns réus, a publicidade do caso foi considerada um marco na luta contra a banalização do estupro na França.

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Dominique foi condenado não apenas pelos crimes contra Gisèle, mas também por tentativa de estupro contra outras vítimas e por tirar imagens indecentes de familiares, incluindo sua filha. A defesa de alguns réus alegou que acreditavam participar de práticas consensuais de um casal libertino, argumento rejeitado pela Justiça e classificado por Gisèle Pelicot como “covardia”.

Gisèle, que agora utiliza seu sobrenome de solteira, segue sendo reconhecida como um símbolo de resistência e inspiração para outras mulheres.

Leia também: Homem que dopava esposa para que estranhos a estuprassem é condenado na França

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