Imagens começaram a circular nas redes sociais mostrando manifestantes no Irã marchando em frente à antiga casa do aiatolá Ruhollah Khomein, fundador da atual república islâmica do país, enquanto o local pega fogo. A residência havia sido transformada num museu em homenagem à criação do governo teocrático iraniano.
A Tasnim, agência de notícias semioficial local (o órgão tem ligações com a Guarda Revolucionária Islâmica, exército do Irã), noticiou que de fato o local foi alvo de repúdio e concentrações de manifestantes, mas negou que tenha sido ateado fogo.
No entanto, pelo menos três vídeos que começaram a circular na mídia ocidental essa semana mostram o contrário. Ainda não se sabe quando essas imagens foram gravadas, pois a internet no país foi cortada pelo governo para isolar as revoltas populares, o que dificultou o trabalho de identificar as origens desses vídeos que, de alguma forma, furaram esse “bloqueio”.
Em uma das cenas, de acordo com o Centro Independente de Direitos Humanos do Irã, os manifestantes gritam “Mulás, caiam fora!”, sendo ‘mulá’ o título dado no país para os clérigos islâmicos.
The home (now museum) of Ayatollah Khomeini, founder of the Islamic Republic, set on fire by Iranian protesters. pic.twitter.com/YLE7Fe2kAh
— Frida Ghitis (@FridaGhitis) November 18, 2022
iran protesters set fire to ancestral home of islamic republic founder khomeini
couldn’t send a clearer message if they triedpic.twitter.com/ufU2oFqv8Q
— ian bremmer (@ianbremmer) November 18, 2022
Protests in several cities this week amid funerals for those killed.
Outside the ancestral home of 1979 revolution leader Khomeini—which was set on fire on Thursday night—protesters chanted: “Mullahs get lost!”
City: Khomein#MahsaAmini #مهسا_امینی pic.twitter.com/PEOWpkkG2D
— IranHumanRights.org (@ICHRI) November 18, 2022
Os ativistas da rede 1500Tasvir, que faz oposição ao governo, afirmam que o incêndio ocorreu na noite de quinta-feira (17) na cidade de Khomein, ao sul de Teerã.
Por outro lado, a identificação de que os episódios se passam no mesmo local é possível por meio de comparações entre os edifícios mostrados nas cenas gravadas e imagens de arquivos do museu e seus arredores disponíveis na internet.
Em comunicado, a Tasmin alegou que os relatos são mentirosos e as portas do museu do “fundador da grande revolução estão abertas ao público.”