
“Incerto é pior que ruim.” Com essa definição, analistas e membros do mercado fizeram pender a balança a favor de Sergio Massa, com as apostas atingindo picos de 80/20 e piso de 60/40, para o candidato oficial no segundo turno, contra o libertário Javier Milei. O mercado vê Massa como presidente.
Diante deste cenário, o desmonte da dolarização dos ativos financeiros atingiu teto de 25% nos primeiros dias de bolsa pós-eleitoral e promete estabilizar o panorama para deixar as “mãos livres” do ministro da Economia diante da campanha política.
O cenário traçado, no entanto, não é o mais encorajador, uma vez que alguns analistas locais e internacionais previram uma continuação dos desequilíbrios financeiros e fiscais até ao final das eleições; e também, se Sergio Massa vencer, o apoio do Estado-Elefante às estruturas estatais “para evitar as reformas trabalhistas, fiscais e comerciais que os negociadores necessitam para os investimentos”, segundo as palavras dos atores envolvidos.
Por que ocorreu uma forte desdolarização? Basicamente, pelo fracasso eleitoral do plano econômico de Milei de dolarizar a economia, que gerou queda de todos os dólares financeiros, com picos de 25%, dependendo do ativo. “A dolarização dos ativos ocorreu pela possibilidade de Milei vencer no primeiro turno ou estar muito perto de vencer, enfrentando o segundo turno. Agora estão se virando e os ativos em pesos caíram, porque em dólares vale mais ou menos o mesmo”, disse um operador do mercado de ações, estritamente em sigilo.
Fontes do Banco Central celebraram o desarmamento da corrida financeira, o que obrigou o órgão a intervir nos mercados para evitar um hiato cambial insustentável, dada a decisão da equipa econômica de não desvalorizar. “A taxa de câmbio real de 1.100 pesos era muito elevada”, reconheceu um operador de mercado.
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