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“O regime dos aiatolás age como o nazista”, afirma Israel

O embaixador israelense apontou, na reunião da ONU, que a hegemonia que os radicais xiitas buscam vai além da região. Para ele, é por esse motivo que o Irã se arma com mísseis balísticos intercontinentais

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Gilad Erdan, embaixador israelense, na reunião da ONU – Crédito: Getty Images

Neste domingo (14), na reunião convocada ao Conselho de Segurança da ONU mediante os ataques iranianos a Israel na noite anterior, as declarações dos países reafirmaram um clima de insegurança. Gilad Erdan, embaixador israelense, comparou o regime dos aiatolás do Irã com o nazismo. Por outro lado, em um comunicado, o presidente iraniano Ebrahim Raisi afirmou que “se o regime sionista ou os seus apoiadores demonstrarem um comportamento imprudente, receberão uma resposta decisiva e mais forte”.

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O general iraniano Mohammad Bagheri disse que o ataque a Israel alcançou todos os seus objetivos, sendo ele perpetrado em legítima defesa, em conformidade com a Carta da ONU.

“Em nossa opinião, a operação terminou e não pretendemos continuar”, acrescentou ele. A autoridade ainda sinalizou para os Estados Unidos que qualquer apoio à retaliação israelense tornaria suas bases um novo alvo para o Irã. O comunicado trouxe um alerta quanto a segurança dos EUA.

Contudo, outros funcionários, como Hossein Salami, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), afirmou que o país retaliaria contra quaisquer ataques de Israel aos seus interesses, funcionários ou cidadãos.

“De agora em diante, sempre que Israel atacar os interesses iranianos… atacaremos a partir do Irã”, declarou à televisão estatal.

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Vale ressaltar que os ataques realizados por Teerã no sábado ocorreram em resposta a um suposto ataque aéreo israelense ao complexo da embaixada em Damasco no dia 1º de abril. Israel relatou danos leves e reabriu seu espaço aéreo após o ataque. As forças militares israelenses afirmaram ter interceptado mais de 99% dos drones e mísseis iranianos no sábado.

O embate entre os EUA e a Rússia na ONU

Apesar do comunicado do Irã afirmar que o país teria cessado as agressões, a reunião entre os membros na ONU alimentou o clima de insegurança dadas as condenações de muitas nações ao ataque iraniano. O secretário-geral Antonio Guterres deu início à reunião pedindo pelo fim das hostilidades, acrescentando que “civis estão pagando o preço mais alto”.

O representante norte-americano, Robert Wood, discursou em torno das diversas violações cometidas pelo Irã, ressaltando, por exemplo, a transferência de drones para a Rússia. O país também afirmou que o Irã foi cúmplice no ataque de 7 de outubro à medida que financiou parte do Hamas. Nesse sentido, Wood apontou que os membros do Conselho de Segurança têm uma responsabilidade coletiva de assegurar que o Irã encerre suas violações à Carta da ONU.

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“Nos próximos dias, em consulta com outros Estados membros, os EUA vai explorar medidas adicionais para responsabilizar o Irã perante a ONU. De forma imediata, o Conselho precisa condenar as ações do Irã e seus aliados”, declarou o representante dos EUA.

Além disso, em resposta ao comunicado feito pelo presidente iraniano mais cedo, Wood afirmou que deve manter um contato próximo com Israel nos próximos dias e que, caso o Irã tome alguma atitude contra os EUA ou contra Israel, será responsabilizado. “As ações dos EUA são puramente defensivas”, acrescentou.

Enquanto isso, Vasily Nebenzya, representante russo, aproveitou o espaço para chamar atenção para os ataques israelenses nos territórios da Síria e do Líbano.

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Ele ressaltou que, após  1º de abril, a Rússia pediu aos colegas do Conselho que condenassem de forma clara e inequívoca a ação de Israel. Nebenzya pontuou que “se essas coisas continuarem não sendo notadas, esse abuso pode ser ainda mais conflituoso”, alertando para escalada de violência na região.

“Para vocês, tudo que tem relação com os países ocidentais é sagrado e deve ser protegido. Mas quando se trata de outros países, seus direitos – incluindo o direito a autodefesa e de soberania nacional – não são uma questão urgente”, acrescentou o representante russo. Por fim, ele ainda afirmou que “o Conselho de Segurança está testemunhando hoje esse padrão duplo”.

A declaração israelense sobre o regime dos aiatolás no Irã

Já Gilad Erdan, representante de Israel, fez duras afirmações em relação ao regime dos aiatolás no Irã. O embaixador disse que o país chama a atenção da comunidade internacional há anos, mas não é ouvido.

Além disso, em dado momento, ele exibiu imagens do ataque nas quais Israel intercepta drones que atingiriam uma mesquita. Nesse sentido, ele apontou que “para o Irã, desestabilizar a região é mas importante que os lugares sagrados do Islamismo”. O representante ressaltou que essa seria a prova de que o Irã não se importa com o Islã e nem com os muçulmanos.

Quanto ao regime dos aiatolás, ele afirmou que este tem como objetivo levar a revolução xiita mundo afora. Nesse sentido, ele não seria diferente do Terceiro Reich do regime nazista. “O aiatolá não é diferente de Adolf Hitler“, apontou.

Erdan ressaltou que a hegemonia que os radicais xiitas buscam vai além da região. Para ele, é por esse motivo que o Irã se arma com mísseis balísticos intercontinentais. “Eles não estão preocupados somente com o continente, vocês são os próximos”, alertou ele aos demais paises. Nesse sentido, o representante de Israel entende que o exército que responde a esse regime inclui “o Hamas, a Jihad Palestina, o Hezbollah, os hutis, a Guarda Revolucionária e outros jihadistas selvagens”. 

“O regime dos aiatolás espalha a morte e a destruição por onde passa. É o patrocinador numero um do terrorismo no mundo. A única opção agora é condenar o Irã e usar todos os meios necessários para condenação dos seus crimes”, finalizou.

* Sob supervisão de Lilian Coelho

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