
Órgãos do governo dos Estados Unidos, incluindo o Pentágono, rejeitaram a exigência de Elon Musk para que servidores federais detalhem as atividades realizadas no trabalho sob risco de demissão. A medida, apoiada por aliados do presidente Donald Trump, gerou resistência interna e levantou questionamentos sobre a influência do bilionário na administração federal.
No sábado (22), funcionários públicos receberam um e-mail do Escritório de Gestão de Pessoal dos Estados Unidos (OPM) exigindo que listassem suas tarefas da semana anterior até segunda-feira. A Agência AFP teve acesso à mensagem, que gerou preocupação entre servidores. Segundo a imprensa americana, diversos órgãos aconselharam seus funcionários a não responderem de imediato.
Funcionários devem responder a Musk?
O Departamento de Defesa se manifestou no domingo (23), recomendando que seus funcionários “pausem qualquer resposta” ao e-mail do OPM. “O Departamento de Defesa é responsável por revisar o desempenho de seu pessoal e realizará qualquer revisão de acordo com seus próprios procedimentos“, afirmou a instituição em publicação no X.
The Department of Defense (DoD) has now released an official statement and response to last night’s email sent by the Office of Personnel Management (OPM), under the direction Elon Musk’s Department of Government Efficiency (DOGE), to all federal employees, titled “What did you… pic.twitter.com/pzr4lJCQFZ
— OSINTdefender (@sentdefender) February 23, 2025
A recomendação foi seguida por outras agências federais. Nomeado por Trump, o novo diretor do FBI, Kash Patel, reforçou que a entidade continuará conduzindo suas avaliações de forma independente. Segundo o The New York Times, Patel enviou uma mensagem interna afirmando que “o FBI, por meio do escritório do diretor, está encarregado de todos os processos de revisão“. O Departamento de Estado e o escritório nacional de inteligência também orientaram seus servidores a não responderem ao pedido.
A Federação Americana de Funcionários Governamentais (AFGE), maior sindicato do serviço público nos EUA, afirmou que contestará judicialmente qualquer demissão baseada na exigência de Musk.
O bilionário, maior doador da campanha de Trump, foi designado para liderar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), entidade independente criada para reduzir gastos públicos. No entanto, a atuação do órgão enfrenta resistência dentro do próprio governo e decisões judiciais divergentes.
A ordem de Musk causou confusão entre funcionários e aumentou o atrito entre setores da administração federal e o empresário, que defende um corte drástico na força de trabalho pública.
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