EM TERRAS LUSITANAS

Primeiro-ministro de Portugal renuncia após ser alvo de operação policial

A decisão de António Costa aconteceu após a Procuradoria-Geral da República anunciar que ele é investigado sobre um suposto esquema irregular de exploração de lítio

Primeiro-ministro de Portugal renuncia após ser alvo de operação policial
Antônio Costa renunciou ao cargo de primeiro-ministro de Portugal (Crédito Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa (Partido Socialista), entregou seu cargo nesta terça-feira (7), depois de permanecer à frente como chefe de governo por três mandatos.

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A decisão de Costa veio após a Procuradoria-Geral da República portuguesa anunciar que ele é alvo de uma investigação sobre um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de hidrogênio verde por parte do governo do país.

Mais cedo, a polícia portuguesa fez uma operação de busca e apreensão em sua casa e em ministérios e prendeu o chefe de gabinete de Costa, Victor Escária, como parte do mesmo caso.

O premiê disse que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou sua renúncia – Sousa é o chefe de Estado do país, e cabia a ele decidir se demitia Costa. O presidente convocou os partidos do país, mas, ainda não havia convocado novas eleições nem dissolvido o Parlamento.

“Obviamente apresentei minha demissão”, disse Costa em pronunciamento ao país, no qual negou participação nas irregularidades. “Encerro com a cabeça erguida e a consciência tranquila. Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurado”.

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Mais cedo, a PGR anunciou que o nome de Costa, que cumpria seu terceiro mandato à frente do governo português, apareceu nas investigações. Segundo os promotores, outros suspeitos afirmaram que o premiê interveio para desbloquear operações supostamente irregulares.

António Costa seguirá sendo investigado pelo inquérito, que, segundo a PGR, corre de forma independente no Supremo Tribunal de Justiça de Portugal.

Pela legislação portuguesa, o premiê não precisaria renunciar mesmo sendo alvo de uma investigação. Apenas se ele fosse formalmente acusado pelo Ministério Público, a sua demissão seria avaliada pela Câmara dos Deputados do país.

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Mas, em seu pronunciamento, Costa disse entender que uma investigação do tipo “não condiz com a função de primeiro-ministro”. Ele disse ainda que não pretende se recandidatar ao cargo.

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