Entre os nomes escolhidos por Donald Trump para compor sua equipe em seu segundo mandato, o futuro “czar da fronteira“, Tom Homan, destaca-se por suas declarações contundentes e pela postura rigorosa sobre imigração. Ex-diretor do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) no primeiro governo Trump, Homan já anunciou que retomará a prática de manter famílias de imigrantes irregulares em centros de detenção, interrompida no governo de Joe Biden.
A direct action of an open border policy by the current administration. Securing our nations borders not only saves American lives, it also saves immigrants lives. #Border911 #BorderCrisis https://t.co/hE5fIUxuSc
— Tom Homan (@RealTomHoman) February 9, 2023
Como funcionará a política de deportações de Trump?
Homan adiantou que pais que estejam no país de forma irregular serão deportados, mesmo que tenham filhos nascidos nos Estados Unidos — que, pela Constituição, são reconhecidos como cidadãos americanos. Ele esclareceu que a decisão de partir juntos ou separados caberá à família.
“Você sabia que estava no país ilegalmente e escolheu ter um filho. Então você colocou sua família nessa posição”, afirmou Homan ao jornal The Washington Post. Ele também argumentou que sua proposta busca manter as famílias unidas durante a deportação, já que não há como remover crianças com cidadania americana do país.
Homan foi um dos principais idealizadores da polêmica política que, durante o governo Trump, resultou na separação de mais de 4 mil crianças de seus pais na fronteira com o México. O objetivo declarado na época era desestimular a imigração irregular. Sob sua liderança no ICE, muitas crianças ficaram sob custódia do governo enquanto seus pais eram deportados.
Investimento bilionário para sustentar o plano
Para viabilizar a detenção de famílias, Homan admitiu que será necessário um grande investimento em infraestrutura. Em entrevista à CNN, ele estimou que o futuro governo precisará de ao menos 100 mil leitos e de um orçamento inicial de US$ 86 bilhões. Segundo ele, a verba será apresentada ao Congresso como uma estratégia que, a longo prazo, reduzirá custos ao economizar “bilhões de dólares em dinheiro dos contribuintes“.
Homan deixou claro que o foco inicial será na deportação de imigrantes envolvidos em atividades criminosas. No entanto, ele também sinalizou que, com apoio de Trump, pretende expandir o escopo das ações. Como seu cargo não exige confirmação do Senado, Homan terá liberdade para implementar as medidas de maneira imediata.
A promessa de Trump e de seu futuro czar da fronteira reflete uma tentativa de endurecer ainda mais a política migratória, mantendo famílias juntas nas deportações, mas sob um modelo criticado por grupos de direitos humanos e parte da sociedade americana.
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