
Volodymyr Zelensky afirmou que os recentes ataques russos nas regiões de Sumy e Dnipropetrovsk deixaram cerca de 4 mil pessoas sem energia elétrica. Segundo o presidente ucraniano, os bombardeios mostram que Moscou desconsidera os esforços diplomáticos iniciados em março, sob mediação dos Estados Unidos.
Em publicação na rede social X, Zelensky relatou o lançamento de quase 50 bombas aéreas guiadas apenas na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia. “A natureza sistemática e implacável destes ataques torna claro que Moscovo ignora os esforços diplomáticos dos seus parceiros. Putin não tem qualquer intenção de alcançar um cessar-fogo, mesmo que parcial”, escreveu.
Além disso, um drone russo do tipo FPV atingiu uma subestação elétrica em Sumy. Na região de Dnipropetrovsk, um ataque de artilharia danificou uma linha de transmissão em Nikopol, segundo o governo ucraniano.
Last night, the Russian army continued using attack drones against Ukraine. A total of 74 drones were launched, including 54 Shaheds. Kharkiv was deliberately targeted – at least 14 drones. Unfortunately, there were hits. There are wounded, including three children. All are… pic.twitter.com/PUk5tSlHMN
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 2, 2025
Pressão internacional pode conter os ataques?
Zelensky pediu uma resposta rápida da comunidade internacional. “O que é necessário é uma pressão nova e tangível sobre a Rússia para que esta guerra possa terminar”, declarou. Ele reforçou que não se pode aguardar a data de 11 de abril, quando se completa um mês desde a recusa da Rússia à proposta americana de cessar-fogo.
“Temos de atuar o mais rapidamente possível. Estamos prontos para trabalhar com todos os nossos parceiros na América, na Europa e no mundo da forma mais construtiva possível para alcançar o resultado tão necessário de uma paz decente e duradoura”, completou o presidente ucraniano.
Enquanto isso, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, anunciou que Moscou enviou aos Estados Unidos uma lista de ações que considera violações ucranianas ao acordo sobre infraestrutura energética. O documento também foi encaminhado à ONU e à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Segundo a agência russa Interfax, as denúncias foram direcionadas ao conselheiro de segurança dos EUA, Mike Waltz, e ao secretário de Estado, Marco Rubio.
Lavrov afirmou que a Rússia respeita a trégua. “O exército russo está a cumprir a moratória que o presidente [Vladimir Putin] ordenou que fosse estritamente observada durante uma chamada telefónica com o presidente dos EUA, Donald Trump, em 18 de março”, declarou.
Ainda assim, os ataques relatados pelas autoridades ucranianas indicam o contrário. Em 28 de março, um drone russo teria atingido depósitos da empresa estatal de gás da Ucrânia em Poltava. Em nota, o Estado-Maior ucraniano classificou a ação como mais um “crime de guerra”.
“Os russos cometeram mais um crime de guerra: utilizando UAV Shahed, lançaram um ataque maciço contra Poltava, visando deliberadamente infraestruturas civis, zonas residenciais e edifícios administrativos da indústria petrolífera e do gás”, informou o comunicado.
Outro episódio citado por Kiev ocorreu em Kherson, onde um ataque russo teria danificado uma instalação de energia e deixado 45 mil pessoas sem luz, conforme denúncia do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiha.
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