Os países da União Europeia chegaram a um acordo nesta quinta-feira (3) para conceder residência temporária a refugiados da guerra na Ucrânia. A estratégia era urgente em meio ao fluxo incessante de pessoas saindo do território ucraniano.
Depois da reunião de cúpula do Conselho de Assuntos Internos do bloco em Bruxelas, a ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese, afirmou que a medida é “um resultado que demonstra a vitalidade da Europa em um momento de grave crise”. O comentário foi publicado pela agência italiana Ansa.
A ministra também disse que a União Europeia estima que haverá um fluxo de 7 a 8 milhões de refugiados da Ucrânia. “A pressão maior será sobre os países que estão na fronteira”, disse.
A medida de proteção temporária também será estendida aos deslocados internacionais que sejam de outras nacionalidades. Países que fazem fronteira com a Ucrânia, a Eslováquia, a Hungria e a Polônia, eram contra a concessão de refúgio para não-ucranianos, que agora também serão beneficiados com a decisão.
Mais de um milhão de ucranianos já fugiram
A pressão é grande para os países fronteiriços. Mais de um milhão de refugiados fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, há oito dias. O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que nunca viu um êxodo tão grande de pessoas em 40 anos de trabalho.
“Em apenas sete dias, assistimos ao êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para os países vizinhos. Para muitos outros milhões, dentro da Ucrânia, é hora de silenciar as armas, para que a assistência humanitária que salva vidas possa ser fornecida.”
In just seven days we have witnessed the exodus of one million refugees from Ukraine to neighbouring countries.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 2, 2022
For many millions more, inside Ukraine, it’s time for guns to fall silent, so that life-saving humanitarian assistance can be provided.
Entenda a invasão da Rússia à Ucrânia
Depois de vários meses de tensão e negativas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia. O exército russo bombardeia e avança por terra em cidades do sul, leste e norte do território ucraniano.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Putin não admite a possibilidade e exige que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na organização.
O presidente russo também alega que a Ucrânia está sob influência estrangeira e que não merece ser um país independente.