Operação Última Milha

‘Abin paralela’ é alvo de investigação da PF; quatro agentes são presos

Polícia mira em agentes e influenciadores que espalhavam informações falsas e monitoravam ilegalmente funcionários públicos

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Abin Paralela e Gabinete do Ódio são alvos de operação da PF – Créditos: Reprodução/Agência Brasil

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (11) a quarta fase da Operação Última Milha, que mira na “Abin paralela“, e o grupo conhecido como “Gabinete do Ódio”. O vereador Carlos Bolsonaro (PL) é um dos investigados.

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Os policiais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF. As ações acontecem em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

O filho do ex-presidente é investigado pelo seu suposto envolvimento no uso do software espião FirstMile dentro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo de Jair Bolsonaro.

“Abin paralela”

O intuito da operação é averiguar se servidores da Abin no CIN (Centro de Inteligência Nacional, criado por Bolsonaro em 2020) usaram o software de geolocalização e monitoraram ministros do STF, bem como figuras adversárias do ex-presidente.

A organização criminosa teria acompanhado ilegalmente autoridades púbicas e utilizado sistemas da agência para produzir notícias falsas. De acordo com a PF, membros dos três poderes e jornalistas foram alguns alvos do grupo.

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A investigação também aponta que a Abin Paralela acessou ilegalmente aparelhos de telecomunicação para monitorar agentes púbicos.

Os investigados podem responder pelo crima de organização criminosa, interceptação clandestina de comunicações, invasão de dispositivo alheio e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

Quem são os investigados?

Quatro alvos já foram presos, e um segue foragido. Um dos alvos de prisão é Mateus Sposito, antigo assessor no Ministério das Comunicações durante o Bolsonaro. Ele é suspeito de contribuir para o “gabinete do ódio”.

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Richards Pozzer, é outro preso pela PF. O gestor de produção industrial foi alvo da CPI da Covid após divulgar desinformações nas redes sociais.

Já o policial federal Marcelo Bormevet foi preso por comandar o órgão de inteligência dentro da Abin. Seu subordinado, o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, também foi detido.

O gabinete do ódio tinha mais alguns membros. O ex-assessor do Palácio do Planalto José Matheus Sales, foi alvo de busca e apreensão nesta quarta. Daniel Ribeiro Lemos, assessor legislativo de um deputado do PL, também é suspeito de auxiliar na estrutura do grupo.

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Outro alvo da PF foi Alexandre Ramagem, na época diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL-RJ e pré-candidato a prefeito no Rio de Janeiro.  Ele já negou irregularidades, afirmando que o “departamento de operações, composto exclusivamente de servidores de carreira da Abin, era o único responsável pela gestão, senhas e execução do sistema”.

Logo após a criação do CIN, servidores e policiais próximos a Ramagem e à família de Bolsonaro ganharam cargos de chefia. O órgão foi criado sob a justificativa de realizar “atividades de inteligência” de “enfrentamento de ameaças à segurança e à estabilidade do Estado”.

A Abin usou o software FirstMile de 2019 a 2021. Ele ficava em computadores da Diretoria de Operações de Inteligência, mas pessoas ligadas ao CIN haviam solicitado permissão para também utilizar a plataforma. De origem israelense, a tecnologia de monitoramento foi comprada pela Abin no governo de Michel Temer por R$5,7 milhões.

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O centro foi desmantelado durante o governo Lula, e a Abin passou por uma reestruturação.

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