A Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo, autor do ataque contra Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral em 2018, agiu por conta própria. A conclusão veio após uma operação realizada nesta terça-feira (11) em Minas Gerais contra um advogado do culpado, que tinha conexões com o crime organizado.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, informou que os agentes bloquearam R$200 milhões, realizaram apreensões e continuarão a investigação sobre o sujeito, que não teve seu nome revelado. A principal suspeita é lavagem de dinheiro.
A investigação e o relatório final são respostas a solicitações do Ministério Público Federal. A PF defende o arquivamento do inquérito, mas a decisão final é da Justiça.
Esta é a terceira investigação da PF sobre a atuação Adélio. Em setembro de 2018, poucos dias depois do atentado em Juiz de Fora, os agentes haviam concluído que ele agiu sozinho por discordância política. Similarmente, em 2020, sob o governo de Bolsonaro, a PF retomou a investigação e chegou à mesma conclusão sobre a inexistência de mandantes do crime.
Adélio está internado no presídio federal de Campo Grande desde 2018. Seu lado diz que ele tem transtorno delirante e é perigoso para viver em sociedade.
Advogado do autor do crime é ligado a organização criminosa
Agentes da polícia federal conectaram um dos advogados de Adélio ao PCC. Segundo a investigação, os suspeitos lavavam dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes em Minas Gerais. Porém, não há evidências de uma relação da organização com o ataque contra Bolsonaro.
“Comprovamos, sim, a vinculação desse advogado com o crime organizado [PCC], mas nenhuma vinculação desse advogado com a tentativa de homicídio do ex-presidente. Com isso, encerramos essa investigação. Apresentamos ao Poder Judiciário hoje [terça-feira] esse relatório sugerindo, em relação ao atentado, o arquivamento“, afirmou o diretor-geral da PF.