
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “extremamente grave”. O petista destacou que, caso as acusações sejam confirmadas, não haverá alternativa para o ex-mandatário e seus aliados além da prisão.
“O que eu vi pela denúncia que foi publicada ontem é que é grave. É muito grave. […] Eu acho que eles terão o direito de se defender, de dizer que é mentira. Mas as se for provado, não tem outra solução se não ser condenado”, declarou Lula em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro.
Bolsonaro pode ser preso?
A PGR denunciou, na terça-feira (18), um grupo de 34 pessoas sob suspeita de participação em um plano para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Segundo a acusação, o ex-presidente teria chefiado uma organização criminosa com o objetivo de promover um golpe de Estado.
Os crimes atribuídos a ele incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela PGR aponta Bolsonaro como líder do grupo, tornando essa a acusação mais avançada contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). A PF já concluiu que o ex-presidente cometeu crimes em pelo menos cinco investigações que tramitam na Corte. Em três delas, ele foi indiciado.
Críticas à tentativa de anistia
Durante a entrevista, Lula também criticou a articulação de Bolsonaro para aprovar um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Para o presidente, ao defender a proposta, o ex-mandatário admite sua culpa nos ataques aos Três Poderes.
“Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando: ‘Vou provar minha inocência’”, afirmou Lula.
A proposta está parada na Câmara dos Deputados e depende do aval do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para avançar. Mesmo sob pressão da oposição, que segue as orientações de Bolsonaro, Motta ainda não deu sinais de que levará o tema adiante.
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