O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, falou, nesta segunda-feira (27), sobre a chegada de brasileiros que imigraram ilegalmente para os Estados Unidos e retornaram algemados. Ele afirmou que o Brasil não quer provocar nem afrontar os EUA. No entanto, disse que a situação é inadmissível. Classificou a reação das autoridades brasileiras como ‘sóbria’.
“Essa deportação tem que ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas”, disse.
Atuação de Ricardo Lewandowski na chegada de deportados
No último sábado (25), uma aeronave proveniente dos Estados Unidos, trazendo 88 brasileiros, pousou em Manaus, após apresentar um problema técnico. Segundo relatos, as condições eram desumanas.
“Recebi um telefonema logo cedo me avisando que os brasileiros deportados dos Estados Unidos tinham feito um pouso de emergência em Manaus, em função de problemas técnicos, sobretudo no ar-condicionado, e que os brasileiros lá tinham se revoltado, porque estavam numa situação realmente dramática, acorrentados pelas mãos e pelos pés, sem alimentação, sem poder ir ao banheiro, naquele calor de Manaus, sem poder sair do avião. E as autoridades americanas que estavam lá proibiram-nos de sair do avião”, lembrou o ministro.
“Nós tivemos uma reação muito sóbria. Não queremos provocar o governo americano até porque a deportação está prevista em um tratado que vige há vários anos entre o Brasil e os Estados Unidos e que autoriza a deportação. Mas, obviamente, essa deportação tem que ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas, sobretudo daquelas que não são criminosos”, destacou Lewandowski, que participou de um almoço-palestra com empresários promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), do empresário e ex-prefeito de São Paulo João Doria.
O ministro saiu do evento direto ao aeroporto, para embarcar para Brasília. À tarde, teria uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, o Planalto cancelou o encontro.
Siga a gente no Google Notícias