Recentemente, novas descobertas sobre como a cafeína influencia a saúde humana têm feito os especialistas olharem duas vezes para o café da manhã. Um estudo na revista BMJ Medicine destacou que a concentração de cafeína no sangue pode reduzir a gordura corporal e diminuir o risco de diabetes tipo 2. Este achado lança uma nova luz sobre os possíveis benefícios do café puro na dieta diária.
O estudo sugere que bebidas sem açúcar, como o café e outras infusões de cafeína sem calorias, podem ser aliadas importantes na gestão da adiposidade. De acordo com os pesquisadores, níveis plasmáticos altos de cafeína, conforme previsto geneticamente, estão associados a um índice de massa corporal (IMC) mais baixo e a uma menor quantidade de gordura corporal. Além disso, foram associadas a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2.
“Concentrações plasmáticas de cafeína mais elevadas, geneticamente previstas, foram associadas a um Índice de Massa Corporal (IMC) mais baixo e a uma massa gorda corporal total. Além disso, concentrações plasmáticas de cafeína mais elevadas, geneticamente previstas, foram associadas a um menor risco de diabetes tipo 2”, escreveram os autores do estudo.
Como a cafeína afeta o risco de diabetes tipo 2?
Para explorar essa relação, cientistas analisaram dados genéticos de aproximadamente dez mil indivíduos, empregando uma técnica chamada randomização mendeliana. Essa abordagem visa descobrir ligações causais entre variáveis genéticas e doenças, desvinculando-as de comportamentos do estilo de vida. O resultado pareceu confirmar que a presença elevada de cafeína no sangue não estava relacionada com enfermidades cardiovasculares, contrariando algumas crenças antigas.
Apesar de os dados serem promissores para o controle da diabetes, é vital lembrar que a cafeína pode ter efeitos adversos. Entre eles, estão o aumento dos batimentos cardíacos, ansiedade, problemas de sono e até dores de cabeça quando consumida em excesso. A dose diária considerada segura é de aproximadamente 400 mg, equivalendo a quatro xícaras de café coado ou seis doses de expresso.
Enquanto a cafeína pode oferecer certos benefícios, a água pouco cafeinada é ainda essencial para o funcionamento ideal do organismo. O cérebro humano contém cerca de 75% de água, e a desidratação mesmo leve pode afetar a cognição, concentração e memória. Manter a hidratação adequada é fundamental para o fluxo de oxigênio no cérebro, essencial para um funcionamento cerebral eficaz.
A cafeína, por outro lado, possui propriedades que podem promover a desidratação cerebral. Como um estimulante, a cafeína pode aumentar o estado de alerta a curto prazo, mas inibe os receptores de adenosina, interferindo no ciclo natural de sono e alerta do cérebro.
Café ou água: qual escolher para aumentar a energia?
Para aqueles que procuram vencer o cansaço, a água pode ser uma escolha mais eficaz a longo prazo do que o café. A desidratação pode reduzir significativamente o volume de sangue no cérebro, diminuindo o fluxo de oxigênio e energia para esse órgão vital. Enquanto o café pode aumentar a atenção emergencialmente, ele não deve ser considerado uma solução constante para noites mal dormidas. Portanto, beber água regularmente é uma prática mais benéfica quando se considera a saúde geral do cérebro e do corpo.
Segundo Bons Fluidos, entender como a cafeína e a água afetam o nosso corpo pode ajudar a otimizar os hábitos diários para uma saúde melhor. Ao integrar adequadamente esses elementos na rotina, pode-se tirar proveito dos aspectos positivos da cafeína enquanto se mitiga os riscos associados a ela. Como em muitos casos na nutrição, equilíbrio e moderação são a chave para colher os benefícios sem efeitos colaterais indesejáveis.