ESTUDO BRASILEIRO

Doenças autoimunes: proteína pode bloquear inflamação

Pesquisadores descobriram que substância produzida pelo próprio sistema imunológico humano e pode ser usado no tratamento das patologias.

Doenças autoimunes: proteína pode bloquear inflamação
Doenças autoimunes fazem com que os glóbulos brancos passem a atacar o próprio corpo (Crédito: Canva Fotos)

Um estudo brasileiro identificou a proteína STING, que ser usada no bloqueio da inflamação causada por doenças autoimunes. Liderados por um grupo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), a descoberta dos pesquisadores possibilita que novos estudos sejam feitos para identificar tratamentos contra psoríase, artrite reumatoide, ou esclerose múltipla. Nestas condições o sistema imunológico atua contra as células saudáveis do próprio corpo.

Publicidade

A resposta inflamatória é desencadeada por um subtipo de célula imunológica, especificamente as T auxiliares do tipo 17 (Th17). A ativação da proteína, que age como uma espécie de sensor de danos nestes linfócitos in vitro, consegue reduzir a capacidade do glóbulo branco de causar a inflamação. Neste caso ela passa a produzir um tipo de citocina, a interleucina-10, que tem funções anti-inflamatórias.

O estudo foi publicado na revista científica Cell Reports e, apesar de ainda ter um longo caminho de desenvolvimento, pode significar a revolução do tratamento de doenças autoimunes.

Já se sabe que linfócito do tipo Th17 tem um papel importante no desenvolvimento das doenças autoimunes assim como na progressão das lesões causadas pelas patologias. Entende-se, agora, que existem dois tipos da célula Th17, os “patogênicos” e os “não-patogênicos“. Este primeiro tipo é capaz de produzir a interleucina-17 e outras citocinas que podem modular a resposta inflamatória que causa a lesão dos tecidos, enquanto o segundo tipo produz a interleucina-10, que possui propriedades anti-inflamatórias e podem reduzir as lesões. Para o avanço dos estudos, a partir de agora, os pesquisadores planejam testar o impacto da STING em modelos animais, geneticamente modificados com as células Th17 do tipo patogênico.

O tratamento atualmente é feito com substâncias imunossupressoras que reduzem a atividade do sistema imunológico causando complicações para o paciente que fica mais exposto a vírus, bactérias e fungos. Os efeitos adversos também podem ser intensos, provocando a descontinuidade do tratamento.

Publicidade

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.