Com a seca de 2024 e as queimadas, o preço do café tende a subir, segundo o setor. Em agosto, o quilo já chegou ao preço médio no varejo de R$39,63, o valor mais alto registrado na história da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) desde 1997. E, se você costuma tomar algumas xícaras por dia, pode se perguntar: “o que acontece se eu tiver que cortar o produto da lista? Será que é possível ter abstinência de café?”
Para muitos, o café é uma necessidade diária. Seja por hábito ou pela necessidade de energia e disposição, há quem não consiga passar um dia sem tomar pelo menos uma xícara. A falta dessa rotina pode trazer questionamentos sobre os efeitos da ausência do café na vida cotidiana. Afinal, café vicia?
Segundo a Bons Fluídos, a resposta é sim. Há quem não consiga passar um dia sem tomar, pelo menos, uma xícara de café, seja porque tornou-se um hábito ou por precisar de energia e disposição. E, os que ficam sem sua quantidade diária, muitas vezes sentem alguns efeitos, como dor de cabeça. Isso acontece porque o café tende a viciar por causa da cafeína. Mas, o que é a cafeína e qual seu impacto no corpo?
É possível ter abstinência de café?
Sendo assim, o consumo da substância, assim como qualquer outra que causa dependência, pode resultar em alguns efeitos contrários. Segundo a neurologista Thaís Villa, a falta do pretinho faz com que o cérebro sofra mudanças químicas. Essas mudanças afetam os neurotransmissores adenosina e dopamina. “Quando você toma café, a cafeína é diretamente ligada a receptores da adenosina, aumentando o nível de alerta e a atenção, e reduzindo a sonolência. Porém, com o tempo, essa adenosina vai se acumulando no cérebro. Quando não há o uso da cafeína, que está bloqueando o efeito desse neurotransmissor, ela age com tudo, fazendo a pessoa sentir extrema sonolência”, explicou a profissional.
De acordo com a especialista, os sintomas de abstinência tendem a variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são:
- Dores de cabeça
- Sonolência extrema
- Irritabilidade
- Tremores
- Lapsos de concentração
- Náuseas
- Redução da performance física e mental
O médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Durval Ribas Filho, ainda chamou a atenção para a duração dessas consequências. “Os sintomas podem durar, desde algumas semanas até alguns meses. Vai depender da quantidade de cafeína que a pessoa consumia e da sua sensibilidade à substância”, afirmou ao veículo de comunicação.