Em 30 de agosto, Alexandre de Moraes, o ministro do Supremo Tribunal Federal, ordenou o bloqueio do X (anteriormente conhecido como Twitter) no Brasil devido ao não cumprimento de ordens judiciais. A reação de Elon Musk foi imediata, acusando o ministro de ser um “falso juiz” e de interferir nas eleições de 2022.
Poucos dias após essa decisão, surgiram rumores de que Moraes poderia também suspender as atividades da Starlink. A preocupação era de que a empresa não tivesse cumprido ordens judiciais específicas para bloquear o acesso ao X via suas conexões de internet. Entretanto, em 3 de setembro, a Starlink anunciou que estava cumprindo as determinações, dissipando os temores de seus clientes.
Como a Starlink impacta as telecomunicações no Brasil?
Em seus pouco mais de dois anos de atuação no Brasil, a Starlink se tornou líder no segmento de internet via satélite. A empresa de Musk atende a diversos órgãos públicos e empresas gigantes como Petrobras, Exército e Marinha. Esses contratos são vitais, dado que a tecnologia da Starlink é mais eficiente e competitiva comparada aos concorrentes.
Documentos analisados pela BBC News Brasil apontam que a suspensão dos serviços da Starlink poderia causar prejuízos significativos, tanto em eficiência quanto em custos. A tecnologia oferecida pela empresa é considerada crítica para operações militares e de resgate. E não é apenas o setor público que depende dessa conectividade; muitas empresas em áreas remotas contam com essa infraestrutura para manter suas operações.
Por que a Starlink é diferente?
Enquanto os satélites tradicionais operam a 30 mil quilômetros de altura, os satélites da Starlink estão a apenas 500 quilômetros da superfície terrestre. Isso resulta em uma experiência de internet que rivaliza com a fibra ótica, algo crucial em áreas remotas como a Amazônia.
- Redes de satélites interconectados
- Baixa altitudes para maior eficiência
- Conexão que simula a fibra ótica
Quais seriam os impactos de uma suspensão da Starlink?
Se a Starlink fosse suspensa, o impacto seria sentido em várias frentes. Documentos do Exército e da Marinha revelam que a suspensão poderia prejudicar operações estratégicas e até a segurança de vidas humanas. A Marinha, por exemplo, utiliza a tecnologia para comunicações em três embarcações e nas plataformas ligadas ao Programa Antártico Brasileiro.
Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, destaca que setores de defesa e empresas como a Petrobras teriam que recorrer a tecnologias antigas, menos eficientes e mais caras. Apesar de esses setores possuírem planos de contingência, a perda da Starlink representaria um retrocesso significativo.