Nesta segunda-feira (22) é celebrado internacionalmente o Dia da Terra. A data, que se iniciou nos Estados Unidos, é utilizada por ativistas do meio ambiente como um dia para celebrar as conquistas ecológicas e trazer atenção para os assuntos ambientais, na tentativa de ajudar o planeta.
Em 1969, a cidade de Santa Bárbara, na Califórnia, foi testemunha de um derrame de petróleo no mar. Como forma de protesto, o então senador pelo estado de Winsconsin e defensor das legislações ambientais, Gaylor Nelson, decidiu que iria liderar uma nova abordagem do movimento ambientalista, focando na participação dos jovens, que já estavam envolvidos nos movimentos antiguerra.
Após longas discussões com professores e estudantes, ele selecionou o dia 22 de abril, data que permitiria maior participação dos alunos. “A ideia estava aí e todo mundo agarrou. Eu queria uma manifestação de tantas pessoas que os políticos dissessem: ‘Caramba, as pessoas se preocupam com isso’”, afirmou ele em entrevista ao New York Times na época.
O ano de 1970 celebrou o primeiro Dia da Terra, contando com a participação de 20 milhões de americanos em duas mil faculdades e universidades e dez mil escolas primárias. Houve manifestações, limpezas de rios e outras atividades coletivas envolvendo o meio ambiente.
Desde então, a comunidade internacional participa da celebração, abrindo espaço para discussões do tema, criação de novas legislações e incentivo de atitudes que podem auxiliar no salvamento do planeta. No momento, o debate está concentrado em mudanças climáticas. A Conferência das Partes (COP) de 2026, evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), falará justamente sobre este assunto, visando encontrar maneiras de frear o aquecimento global.
Em meio às decisões estatais e internacionais, veja as atitudes que cada cidadão pode tomar para auxiliar na proteção do planeta Terra e do meio ambiente:
1. Compre apenas o necessário
Consumir produtos que não necessariamente se precisa é uma utilização desnecessárias de recursos. A energia, água e matéria prima necessária para produzir aquele bem que está sendo comprado é alta, e ao adquiri-lo e, eventualmente, descartá-lo, a pessoa estará desperdiçando estes materiais.
Além disso, a mentalidade consumista pode acelerar a produção de lixo de cada um. O Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, pesquisa feita pela associação Abrelpe, relatou que entre 2010 e 2019, houve um aumento na produção de 67 para 79 milhões de toneladas de lixo por ano.
A Política Nacional de Recursos ressalta que a melhor forma de combater os problemas relacionados ao descarte de resíduos é reduzir ao máximo o consumo.
2. Reduza o consumo de carne
Os órgãos, estatais e privados, de monitoramento do clima acompanham o impacto da indústria pecuária na saúde do planeta, e relaciona a produção atual da carne em território brasileiro ao aumenta das emissões de metano, desmatamento ilegal, perda na qualidade do solo e sequestro do carbono.
De acordo com dados do Embrapa, a pecuária ocupa 21,2% do território brasileiro, e cerca de 65% está em algum estágio de degradação. Já o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, em português), afirma que há uma média de emissão de 56 kg de metano por animal, num país onde se tinha, em 2022, 12,4 milhões de caprinos e 21,5 milhões de ovinos.
Segundo o Greenpeace, a indústria pecuária está relacionada a degradação acelerada do meio ambiente. “A produção de carne emite o mesmo volume de Gases do Efeito Estufa (GEEs) de que todos os carros, caminhões, aviões e navios do planeta juntos“, declara.
3. Recicle
Além de reduzir o consumo, reciclar os resíduos também é uma ótima aposta para diminuir o impacto e o volume de lixo. A reciclagem é uma atitude sustentável, uma vez que ajuda a conservar os recursos utilizados na produção dos bens inicias (como a energia, água e matérias-primas), minimiza a poluição e evita o descarte incorreto do lixo.
Ainda, a reciclar permite que haja um consumo de novos bens, impedindo a retirada excessiva de matérias-primas de seus ambientes naturais.
4. Reduza o consumo de plástico
O plástico, atualmente, é um dos maiores poluentes e degradadores de ambientes naturais. De acordo com um relatório da ONU, 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a estimativa é que em 2050 a quantidade de plásticos na água, se não houver uma mudança de hábitos, supere a de peixes.
Por levar mais de 200 anos para se decompor, esse material causa estragos durante muito tempo nos ambientes em que é descartado. Atualmente, para agravar a situação, só 18% das cidades brasileiras tem coleta seletiva e apenas 3% do lixo é reciclado no Brasil.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini