Os restos mortais de Antoninho da Rocha Marmo foram transferidos do Cemitério da Consolação, em São Paulo, para a Capela de Nossa Senhora da Saúde, no hospital que leva o nome dele em São José dos Campos (SP).
Segundo informou a assessoria do hospital, a relíquia chegou às 14h de ontem (19) e foi recebida com uma celebração religiosa pelas Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, responsáveis pela administração do local. Os restos mortais chegaram no mesmo dia em que o garoto nasceu em 1918.
“Antoninho foi uma alma abençoada e caridosa. Um verdadeiro exemplo a ser seguido porque soube nos ensinar os valores humanos e cristãos. Mesmo doente, ele pensou no bem-estar de outras crianças”, disse a administradora do hospital, irmã Alessandra Nogueira.
Canonização
O processo de beatificação e canonização de Antoninho foi acolhido pela Igreja Católica em 2007 e encontra-se atualmente em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos. O menino recebeu o título de Servo de Deus.
Atualmente, está sendo elaborado a Positio, fase do processo que tem por principal objetivo a avaliação das virtudes do Servo de Deus e de sua fama de santidade.
No Hospital Antoninho, as religiosas recebem com frequência relatos de curas ocorridas por intercessão do menino. Esses relatos, somados a depoimentos e provas concretas do milagre alcançado, poderão ser levados pelo autor do processo à apreciação de conselhos formados por bispos e outros religiosos no Vaticano.
História
Antônio da Rocha Marmo nasceu em 19 de outubro de 1918 na capital paulista e foi o penúltimo filho do casal Pamphilo Marmo e Maria Izabel Rocha Marmo. Desde cedo já apresentava uma saúde delicada. Acometido de tuberculose pulmonar, procurou tratamento em cidades cujo clima era apropriado, dentre elas, São José dos Campos.
Segundo relatos, Antoninho era uma criança de grande piedade, resignada ao sofrimento de sua doença. Brincava de celebrar missas e explicava a palavra de Deus com tanta sabedoria (ele era analfabeto, nunca conseguiu frequentar a escola devido à doença), e mostrava atitudes incomuns para uma criança. Venerava a Eucaristia, a Santa Missa, Nossa Senhora da Saúde e tinha respeito por sacerdotes.
Preocupava-se com as demais crianças doentes que não tinham onde se tratar. Em São José dos Campos não havia centros de saúde para crianças. Ele, por ser de família de classe média, tinha a possibilidade de residir em uma casa alugada, na presença da família, com alimentação e cuidados. Ele pediu que a sua mãe, após a sua morte, construísse um local para crianças pobres enfermas. Antoninho morreu em 21 de dezembro de 1930, com 12 anos de idade, na cidade de São Paulo.
Memorial
Inaugurado em 2016, o Memorial de Antoninho da Rocha Marmo abriga pertences do menino como uma estola, pala (cartão guarnecido de pano branco com que o sacerdote cobre o cálice), chave do quarto, terço, ostensório e castiçal.
Conta ainda com objetos doados por parentes de Antoninho como um quadro de Nossa Senhora da Saúde, padroeira da capela do hospital, e toalhas de altar utilizadas pelo menino para celebrar missas.
(Agência Brasil)