Em um artigo publicado pelo site UOL, em meados de 2020, no auge da pandemia, o professor da FGV Caio de Carvalho e Doutor em comunicação pela USP, alertava para o conformismo e a aceitação do termo “fake news” em detrimento dos malefícios que causa na vida das pessoas e até na democracia. “As pessoas estavam acostumadas a dizer ‘ah, são fake news’, como se fosse ‘ok’, como se fosse normal, naturalizado… quando é crime. deveriam ser criminal news”, afirma. “Era uma leviandade total imperando nas redes”, diz o professor.
Passados dois anos, pergunto: e hoje?O que mudou de lá pra cá? “Felizmente, muita coisa”, diz ele.
Nesta entrevista exclusiva à Perfil Brasil, Caio traz à tona o protagonismo dos veículos de comunicação e a credibilidade das grandes empresas de rádio, TV ou jornal, que ganharam força.
“Por causa da pandemia, a mídia tradicional ganhou mais credibilidade. Foi um momento em que tínhamos as redes sociais, os produtores de conteúdo, influenciadores, e tal, mas por causa da desinformação e da insegurança das pessoas em relação à doença, a chamada ‘mídia tradicional’ ganhou força”, explica.
O professor lembra ainda que as gigantes da tecnologia também se mobilizaram para coibir a desinformação. Ele explica que a sociedade, de forma geral, está ‘vacinada’ quanto ao compartilhamento de conteúdo duvidoso.
Quando questionado sobre o que esperar das eleições em meio a este contexto de desinformação, ele afirma: “Espero que o povo brasileiro tenha discernimento para escolher o que é melhor para o Brasil”.
Lembrei ao professor que já estamos diante de narrativas de fake news em plenos pulmões, como por exemplo, o ataque ao sistema eleitoral. “Esse assunto das urnas é uma grande bobagem e espero que isso não seja motivo para tingir nosso bem maior, que é a democracia”, pondera.
O programa “Combate às fake news” é um projeto desenvolvido em parceria com o Facebook. Confira!
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